O secretário-executivo da aliança opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática), Ramón Guillermo Aveledo, lamentou nesta sexta-feira (11/01) o respaldo da OEA (Organização dos Estados Americanos) ao adiamento da posse do novo mandato do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Agência Efe
Apesar das críticas, Aveledo pretende se encontrar com Insulza para discutir a situação política na Venezuela
“A declaração do secretário-geral da OEA [José Miguel Insulza] é francamente lamentável. Ao tomar conhecimento, não pude conter uma profunda decepção. Custo a acreditar que uma pessoa que sofreu com a ditadura e o exílio possa aceitar tão facilmente a versão oficial de um governo”, argumentou Aveledo, que deve se encontrar com Insulza na próxima semana.
A coalizão antichavista aguardava um parecer do secretário-geral da OEA sobre a sua interpretação da Constituição venezuelana.
Para a MUD, a data da cerimônia de posse não poderia ser adiada e, como Chávez ainda não retornou de Cuba, onde se recupera da quarta cirurgia contra um câncer, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, deveria assumir o governo e convocar novas eleições em 30 dias. O Parlamento e a Justiça da Venezuela, no entanto, consideram que o artigo 231 prevê a possibilidade de o juramento do mandatário ser feito perante o Supremo Tribunal, como ficou definido.
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Em Santiago, no Chile, Insulza afirmou na noite de ontem que não havia espaço para recursos sobre a interpretação da Constituição venezuelana e que “o processo que acontecerá no país é o que decidiram os três poderes”. O representante da OEA ainda afirmou que a entidade só atua quando há conflito entre os poderes de um Estado, o que não ocorre na Venezuela.
Além da OEA, a maioria dos países da América do Sul foi favorável ao adiamento da posse de Chávez, sendo que alguns presidentes, como o da Bolívia, Evo Morales, e do Uruguai, José Mujica, compareceram ontem ao evento de apoio ao colega venezuelano.
O governo do Paraguai, por sua vez, que está suspenso do Mercosul e da Unasul devido ao golpe que destituiu Fernando Lugo em junho de 2012, lamentou a decisão da Venezuela.