A primeira segunda-feira de fevereiro amanheceu com a declaração de reconhecimento da presidência do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, por sete países europeus.
O posicionamento confirma o ultimato dado por estes países para que o regime de Nicolás Maduro convocasse novas eleições presidenciais até o último domingo (3/02), sob ameaça de apoiar formalmente o líder oposicionista e presidente da Assembleia Nacional do país.
Como as eleições não foram convocadas, as sete nações europeias se juntaram a Estados Unidos, Canadá, Brasil e parte dos países das Américas alinhados com a tentativa de golpe contra Maduro.
“O governo da Espanha anuncia que reconhece oficialmente o presidente da Assembleia da Venezuela, o senhor Guaidó Márquez, como presidente interino da Venezuela”, declarou o premiê espanhol Pedro Sánchez.
O pronunciamento, feito em rede nacional do Palácio da Moncloa, sede do governo espanhol, foi acompanhado pela declaração de apoio de Alemanha, Áustria, França, Holanda, Reino Unido e Suécia
O chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, declarou em sua conta no Twitter que “o regime de Maduro até agora se recusou a aceitar eleições presidenciais livres e justas. Por essa razão a partir de agora nós consideramos Juan Guaidó presidente interino em conformidade com a Constituição venezuelana”.
“Consideramos que o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, cuja legitimidade é perfeitamente reconhecida, está habilitado para convocar eleições presidenciais”, afirmou Jean-Yves Le Drian, ministro das Relações Exteriores da França, em entrevista à emissora France Inter.
Já o ministro do Exterior britânico, Jeremy Hunt, escreveu no Twitter: “Nicolás Maduro não organizou eleições presidenciais no prazo de oito dias que nós fixamos. Por isso, o Reino Unido e os seus aliados reconhecem a partir de agora, Guaidó como presidente constitucional interino até que possam ser organizadas eleições credíveis”.
O governo em Estocolmo, por sua vez, pediu uma solução política e pacífica para a crise no país. “Nesta situação, apoiamos e consideramos Guaidó como o presidente interino legítimo”, disse a ministra do Exterior, Margot Wallström, à televisão pública SVT.
Contraofensiva
Ao mesmo tempo em que países europeus declaram apoio a Guaidó, A Rússia saiu novamente em defesa da legitimidade do governo eleito nas urnas na Venezuela e rechaçou a postura dos países europeus.
“Lamentavelmente, desde a Europa e não desde a América Latina se impõe agora um formato de mediação internacional”, afirmou o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov.
O ministro se referiu criticamente à postura dos europeus e a proposta de criação de um grupo de contato, feita pela União Europeia, para mediar a crise. A Rússia apoia a iniciativa de mediação de México e Uruguai para solucionar a crise na Venezuela.
Durante o fim de semana Nicolás Maduro também rechaçou o ultimato da União Europeia durante as manifestações em comemoração aos 20 anos da posse do ex-presidente Hugo Chávez em 1999, que marcou o início da chamada Revolução Bolivariana. O presidente venezuelano classificou a postura de um “descaramento”.
Maduro aproveitou as manifestações para felicitar as iniciativas dos governos do México, Uruguai e Bolívia que se prontificaram a mediar uma mesa de diálogo entre governo e oposição e reforçou aos participantes de uma manifestação em sua defesa que é “o verdadeiro presidente da Venezuela”.
* Com EBC e ANSA
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Alemanha, Áustria, Espanha, França, Holanda, Reino Unido e Suécia reconheceram a legitimidade do governo do autoproclamado presidente