Pela primeira vez na história da Assembleia Geral das Nações Unidas, a Palestina, Estado observador do órgão, participou de uma votação no foro para eleger o juiz que comporá o TPI (Tribunal Penal Internacional) para a antiga Iugoslávia.
Leia mais:
EUA e Israel perdem direito a voto na Unesco
“Estamos diante de um momento muito especial na história do povo palestino, que dá mais um passo para fortalecer os pilares de seu Estado na arena internacional”, declarou à agência de notícias Prensa Latina o embaixador da Palestina na ONU, Riyad Mansour, após o sufrágio.
Agência Efe
De acordo com a agência, a maioria dos presentes irrompeu em aplausos após Mansour depositar a cédula na urna, e alguns chegaram a parabenizá-lo pessoalmente.
[Riyad Mansour estabeleceu relações diplomáticas com a Bolívia nesta sexta-feira (15)]
“Vemos que o foro das Nações Unidas está desejoso e espera pela associação plena da Palestina”, afirmou o diplomata após receber a salva de palmas, a qual considerou como um respaldo para a admissão da Palestina na ONU como um Estado livre, independente e soberano.
Leia mais:
Duelos de Opinião: Palestina e Israel – Dois Estados são mais viáveis
O embaixador também destacou a inserção gradual de seu país na comunidade internacional, por conta da ascensão do número de países que já reconhecem o Estado como independente e soberano. Cerca de 100 países já estabeleceram relações diplomáticas com a Palestina, incluindo a Bolívia, que assumiu este compromisso na última sexta-feira (15), na própria sede da ONU, em Nova York.
Em 29 de novembro do ano passado, após receber o apoio de 138 países entre os 193 membros da Assembleia, a Palestina foi reconhecida como Estado observador não membro da ONU. Com esta classificação, o Estado não pode participar da tomada de decisão do organismo, somente das eleições de membros dos tribunais responsáveis por investigar os genocídios de Ruanda e da antiga Iugoslávia.
NULL
NULL
Além da votação para o TPI da Antiga Iugoslávia, a Palestina obteve outras conquistas na organização recentemente. De acordo com o portal Middle East Monitor, na última sexta feira (15), o Comitê Especial Político e de Descolonização adotou oito resoluções reivindicadas pelos palestinos, as quais incluem a proposta de criação de um comitê para a investigação de “práticas israelenses que afetam os direitos humanos do povo palestino e outros árabes nos Territórios Ocupados”.
Além de Israel, representantes de Camarões, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Panamá votaram contra as resoluções, com abstenções da Micronésia, Palau, Vanuatu e Sudão do Sul.