O presidente do Parlamento do Egito, Saad al-Katatni, convocou os membros da Casa para uma sessão na terça-feira (10/07), após a decisão tomada no fim de semana pelo presidente do país, Mohamed Mursi, de reverter a dissolução do Parlamento ordenada pelo Exército. A manobra de Mursi foi interpretada como um desafio à cúpula militar, que havia assumido o papel da câmara baixa, e volta a posicionar o Egito diante de outro intrincado labirinto legal.
Katatni (membro do Partido Liberdade e Justiça, o mesmo que Mursi presidia) afirmou que a resolução do presidente representa “o respeito à soberania da lei e das instituições”. Segundo Katatni, a Assembleia do Povo (câmara baixa) já poderá vigiar o poder executivo e exercer suas prerrogativas legislativas “a partir das próximas horas”.
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Mursi anunciou também que vai antecipar as eleições legislativas, assim que ficar pronta a nova constituição. A expectativa é que a Suprema Corte e a junta militar, que governou o Egito durante a transição, digam nas próximas horas se o decreto assinado pelo presidente deve ou não ser respeitado.
O Exército, que governou o país interinamente após a deposição do ex-presidente Hosni Mubarak até a posse do presidente Mohamed Mursi em junho, tinha determinado a dissolução do Parlamento, com base em uma decisão da Justiça, que julgou as eleições inválidas.
Mursi, que tomou posse em 30 de junho, é o primeiro presidente civil do Egito e pertence à Irmandade Muçulmana, rival histórico dos militares que dominam o sistema político do maior país árabe desde a queda da monarquia em 1952.