Depois de inicialmente ter votado contra as medidas de austeridade exigidas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) em troca de ajuda financeira, o parlamento da Ucrânia aprovou nesta quinta-feira (27/03) uma lei a favor do pacote de cortes de gastos.
“A decisão que temos que tomar é extremamente impopular”, disse o líder nacionalista Oleh Tyaynibok ao parlamento. “Mas se essa decisão não for tomada, o presidente Vladimir Putin vai comemorar que a coalizão se dividiu”.
Agência Efe
Arseny Yatsenyuk (à direita), primeiro-ministro, falou no parlamento que o país está “à beira da falência econômica e financeira”
Os ucranianos vão pagar caro pelo empréstimo do FMI, que anunciou hoje ter chegado a um acordo com o novo governo. Os salários e as aposentadorias do funcionalismo serão congelados e os preços do gás vão aumentar — 50% para a população, a partir de 1° de maio, e 40% para a indústria, a partir de 1° de julho –, conforme antecipou ontem a companhia local Naftogaz.
Além desses cortes, o FMI quer que as novas autoridades de Kiev adotem uma política cambial mais flexível. De acordo com o fundo, devem ser emprestados entre US$ 14 e 18 bilhões ao governo, chegando a US$ 27 bilhões em dois anos. A primeira parcela do empréstimo deve ser paga no final de abril.
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O chefe da missão do FMI na Ucrânia, Nikolai Georgiev, declarou que os programas sociais para os mais pobres vão ser ampliados, para beneficiar 30% da população. Estão igualmente previstas medidas de combate à corrupção, “para que a Ucrânia tenha um crescimento sustentável”, segundo o FMI.
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O novo governo da Ucrânia, que tomou o poder quando o presidente Viktor Yanukovich foi deposto depois de meses de protestos de rua, disse que precisa desesperadamente de dinheiro para cobrir as despesas, incluindo as importações de gás e evitar um possível default da dívida. O primeiro-ministro Arseny Yatsenyuk falou que o país está “à beira da falência econômica e financeira” e que sua economia pode cair 10% neste ano, ao menos que medidas urgentes sejam tomadas.
No ano passado, a economia ucrania registrou um crescimento nulo, enquanto em 2012, o PIB (Produto Interno Bruto) havia crescido apenas 0,2%. No final de novembro, Yanukovich disse que as condições “draconianas” do FMI para outorgar um novo crédito foram a gota d'água para que ele suspendesse a assinatura do Acordo de Associação com a União Europeia.