Em entrevista nesta sexta-feira (18/02), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu que a comunidade internacional observe as violações em quaisquer países “pobres” ou “ricos” e afirmou que a posição do Brasil em defesa dos direitos humanos é clara. “Defenderemos, sim, nos diferentes órgãos [internacionais], uma abordagem mais equilibrada, justa e unânime [sobre a preservação de direitos humanos]. Há situação que nos ofendem diretamente, como a pena de morte e a pena por apedrejamento, além da questão da tortura, que também nos preocupa muito”, disse.
O chanceler concedeu entrevista durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços. “Temos de ter cuidado para não cair em armadilhas”, afirmou ele. Segundo o ministro, a preocupação é para não concentrar as atenções apenas em “países pobres”, pois há registros de violações em várias regiões ricas do mundo. “Não se pode poupar um país e condenar outros”, ressaltou.
Patriota lembrou que vários “países ricos” foram responsáveis pela exterminação das populações indígenas, assim como a escravidão também esteve presente em várias regiões desenvolvidas no mundo. Segundo ele, a defesa dos direitos humanos depende do país “fazer o dever de casa”. Como exemplo, o chanceler afirmou que o Brasil está empenhado.
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Os esforços do governo brasileiro, segundo o chanceler, estão concentrados na melhoria da qualidade de vida da população, adotando medidas de redução de pobreza por exemplo. “Uma pessoa que não tem o que comer não terá seus direitos [civis e humanos] preservados, um país só será respeitado quando cumprir o dever de casa”, disse ele.
No caso da viúva iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, informou que o processo está na Justiça e aguarda mais uma etapa de julgamento. Sakineh espera a sentença em uma prisão no interior do país. O caso dela virou uma espécie de símbolo, mas os iranianos negam que a viúva seja inocente.
A posição do governo do Brasil, em defesa do fim da punição da pena de morte e apedrejamento, causou mal-estar nas relações com o Irã. No entanto, Patriota rebateu a possibilidade de estremecimento ou mudanças nos esforços de apoiar a aproximação do Irã com a comunidade internacional.
“O Irã é um país importante na região, de confluência, consideramos que é importante manter o diálogo até para diminuir as tensões. O isolamento pode levar ao conflito. Nosso papel é também de contribuir para a paz mundial”, afirmou o chanceler, durante a entrevista às rádios.
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