O governador da província de Istambul, na Turquia, negou nesta sexta-feira (17/06), pelo segundo ano consecutivo, permissão para a realização da Parada do Orgulho Gay na cidade, em 26 de junho. A passeata estava prevista para ocorrer na praça Taksim, no centro de Istambul, como parte dos eventos da Semana do Orgulho Gay.
O governo citou “temores de segurança” como o motivo da decisão, após o grupo ultranacionalista Alperen Hearths declarar nesta semana que “fará o necessário” para impedir que a passeata ocorra. “Ou vocês fazem o que é necessário ou nós o faremos. Estamos prontos para correr riscos, nós iremos impedir diretamente que a marcha aconteça”, disse o grupo a jornalistas na última terça-feira (14/06).
Mehmet Akyuz/Flickr CC
Parada do Orgulho Gay ocorre anualmente em Istambul desde 2003, e no ano passado foi proibida pelo governo pela primeira vez
“O Governo não autorizará a organização de tal evento ou manifestação nesses dias, devido à segurança de nossos cidadãos e à ordem pública”, informou em nota o gabinete do governador de Istambul, Vasip Sahin.
Os organizadores da Parada afirmaram que a decisão do governo é “uma clara violação da Constituição”. Por meio de suas redes sociais, os ativistas responsáveis pelo evento disseram que a passeata ocorre anualmente em Istambul desde 2003 no último domingo de junho para “levantar nossas vozes contra as violações vividas durante o ano e expressar nossas demandas por igualdade e liberdade”.
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É o segundo ano consecutivo em que as autoridades proíbem a realização desta manifestação, realizada pela primeira vez em 2003 e que desde então cresceu até contar com a participação de milhares de pessoas. No ano passado, o governo proibiu a realização da Parada horas antes do início, e a polícia reprimiu com canhões de água e gás lacrimogêneo as pessoas que insistiram em fazer a passeata.
Desde os protestos antigovernamentais de 2013 as autoridades não permitiram nenhuma manifestação popular na praça de Taksim e poucas na rua Istiklal, nas proximidades do local.
No comunicado, o governador afirma que “para tais atividades há outros espaços previstos, como se anunciou anteriormente”, em uma aparente referência a locais em bairros periféricos, mencionados no ano passado por porta-vozes do governo como adequados para manifestações sindicais ou políticas.