Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (22/07) pela agência de notícias Kyodo revelou que 60% dos japoneses reprovam a modificação da Constituição pacifista do país proposta pelo governo do atual primeiro-ministro Shinzo Abe.
Realizada entre maio e junho, a pesquisa mostra que apenas 32% consideram como necessária uma mudança na Constituição, adotada em 1945 após a derrota do país na Segunda Guerra Mundial.
EFE
Chefe de governo, Abe é um entusiasta do princípio de 'autodefesa coletiva' e apoiou texto
Em julho de 2014, o governo aprovou uma polêmica reinterpretação do artigo 9º da Constituição que, até então impedia o país a recorrer ao uso da força para resolver conflitos internacionais.
Por causa dessa mudança, a Câmara Baixa do Parlamento do Japão aprovou na semana passada, em meio a vários protestos da oposição, um controverso pacote de reformas legais que fortalecerá o papel do Exército do país, permitindo, inclusive, que as tropas atuem no exterior, o que põe fim a 70 anos de pacifismo.
NULL
NULL
O polêmico texto, que representa a maior mudança em matéria de defesa enfrentada pelo Japão desde a Segunda Guerra Mundial, ainda tem que passar pela Câmara Alta. Porém, o governo conta com uma maioria de mais de dois terços dos parlamentares, o que praticamente garante a aprovação da mudança.
Já 36% dos que apoiam as alterações dizem que a renúncia ao belicismo é um problema para o Japão. Outros 34% afirmam que a Constituição do país foi redigida sob pressão externa.
A agência Kyodo realizou a pesquisa por correio, entrevistando 3.000 adultos selecionados aleatoriamente para descobrir a opinião dos japoneses no 70º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.