Atualizada às 20h48
Pesquisas de boca de urna, divulgadas na noite deste domingo (02/04), apontam um resultado apertado nas eleições presidenciais do Equador. Segundo o instituto Perfiles de Opinión, Lenín Moreno, do Alianza PAIS e candidato do governo, vence a eleição; já de acordo com o Cedatos, o oposicionista Guillermo Lasso, do CREO, será o vitorioso.
De acordo com o Perfiles de Opinión, Moreno alcançará 52,2% dos votos válidos, contra 47,8% de Lasso. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. Já segundo o Cedatos, Lasso obterá 53,02% dos votos, contra 46,98% de Moreno. A margem de erro é também de 2,2 pontos.
Reunido com partidários em um hotel na cidade de Guayaquil, Lasso disse que “a democracia e os cidadãos equatorianos venceram”. “Ganharam vocês, ganhou o Equador. Hoje nasceu o novo Equador, o Equador da democracia, o Equador da liberdade”, comentou Lasso.
De acordo com o candidato opositor, ficam “para trás aquelas páginas negras de ódio entre equatorianos, da divisão entre equatorianos”, e os cidadãos viverão agora em um “Equador de união”.
Já Moreno disse aos correligionários, reunidos em um hotel em Quito, que ganhou as eleições com uma vantagem “muito, muito considerável”. “Os dados são claros, são os dados que nós temos, completamente confiáveis. Temos uma vantagem muito, muito considerável. De todas as formas, sempre manifestamos ser extremamente respeitosos com as instituições. Assim fizemos depois do dia 19 de fevereiro”, disse, em referência ao primeiro turno.
Moreno ressaltou que ele e o partido governista são “respeitosos com as instituições” e que aguardarão “até que o Conselho Nacional Eleitoral dê o relatório definitivo”.
O primeiro resultado oficial deve ser divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) às 20h locais (22h em Brasília).
Segundo o presidente do CNE, Juan Pablo Pozo, até a 16h locais (18h em Brasília), 74,82% dos eleitores haviam ido às urnas, em um total de quase 13 milhões habilitadas a votar.
Pelo Twitter, o presidente do Equador, Rafael Correa, pediu calma a seus seguidores, por conta dos resultados divergentes das pesquisas de boca de urna. “Felicitações ao nosso povo por esta nova jornada cívica. Lamentavelmente, duas pesquisas de boca de urna dão resultado absolutamente contraditórios. Estatisticamente, isso é impossível – diferença de 10 potnos entre as duas pesquisas. Alguém mente. Há que se esperar os resultados oficiais do CNE. Enquanto isso, manter a calma, a unidade e a paz.”
No primeiro turno, Moreno obteve 39,36% dos votos, enquanto Lasso ficou em segundo, com 28,09%.
Correa
Correa agradeceu neste domingo aos cidadãos de seu país por lhe permitir gozar do “privilégio” de servi-los durante dez anos, já que em 24 de maio deixará o poder, que assumiu em 2007.
“Embora nunca busquei nada para mim, foi um verdadeiro privilégio poder servi-los todo estes anos”, declarou o líder durante o ato institucional de abertura das eleições.”Só tenho palavras de gratidão para meu povo, que em sua imensa maioria sempre nos respaldou, até nas horas mais duras”, afirmou.
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Agência Efe
Moreno (esq.) e Lasso: disputa apertada no segundo turno
Quem são os candidatos
O ex-vice-presidente Lenín, de 63 anos, anunciou em outubro do ano passado, quando aceitou a indicação para candidatura do presidente Correa, que seu companheiro de chapa na cédula eleitoral seria o atual vice, Jorge Glas. O candidato do movimento governista AP (Aliança País), defende uma “cirurgia maior” contra a corrupção e promete a criação de 250 mil postos de trabalho ao ano, assim como ações para a construção de 40 escolas técnicas e a erradicação da desnutrição infantil.
Com Moreno, o correísmo pretende continuar a “Revolução Cidadã”, que impulsionou políticas de inclusão social desde a chegada da Aliança País ao poder em 2007, além de implementar uma nova constituição em 2008. Tendo como inspiração a Revolução Liberal do Equador na virada do século 19 para o século 20, a atual constituição equatoriana segue a linha política do bolivarianismo. Para as eleições de 2017, o correísmo será representado pela Frente Unidos, coalizão formada pela Aliança País, Partido Socialista Equatoriano, Partido Comunista Equatoriano e outras organizações políticas menores.
Por sua vez, o ex-banqueiro Lasso, líder do movimento conservador Creo, propõe a eliminação de 14 impostos, a criação de 1 milhão de empregos e a supressão da lei de meios, algo também defendido por Viteri, que, nas pesquisas, já aparecia no terceiro lugar, com cerca de 14% das intenções de voto.