A companhia BP (British Petroleum) anunciou nesta quinta-feira (02/07) que concordou em pagar US$ 18,7 bilhões em 18 anos para cobrir os processos pendentes nos Estados Unidos devido ao vazamento de petróleo de 2010 no Golfo do México, o pior desastre ambiental da história dos EUA.
“Este é um marco nos acordos”, declarou o governador do Alabama, Robert Bentley. “Ele foi elaborado para compensar o estado por todos os danos, tanto ambiental quanto econômico”, acrescentou o republicano, citado pelo New York Times.
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Episódio ficou conhecido como 'Deepwater Horizon' e comprometeu a fauna local
Além de Alabama, o acordo abrange ações movidas também por outros quatro estados norte-americanos — Florida, Louisiana, Mississippi e Texas —, bem como governo federal e mais de 400 entidades governamentais locais.
Entenda o caso
O acidente aconteceu no dia 20 de abril, quando a plataforma “Deepwater Horizon”, operada pela BP a 240 quilômetros a sudeste de Nova Orleans, explodiu e quatro dias depois naufragou, provocando um intenso vazamento de petróleo e a morte de 11 pessoas.
Inicialmente, observações indicavam que mil barris de petróleo vazavam por dia. Entretanto, uma semana depois, a Guarda Costeira norte-americana alertou que o vazamento de petróleo no poço submarino era cinco vezes maior do que anteriormente estimado, o que significaria um grave dano ambiental.
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Diante dos novos dados, foram feitas tentativas imediatas para fechar os focos de vazamento no oleoduto ligado à plataforma, mas todas fracassaram, o que levou o governador da Flórida, Charlie Crist, a decretar estado de emergência nas regiões de Escambia, Santa Rosa, Okaloosa, Walton, Bay, Gulf e Louisiana.
O acidente chegou a derramar entre 12 mil e 19 mil barris de petróleo por dia. No início do vazamento, a empresa BP chegou a recrutar presidiários para executar os trabalhos de limpeza, em lugar de pessoal com qualificação específica.
Na ocasião, a ONG Mother Nature Network, que monitora a fauna no Golfo do México, divulgou que dez espécies nativas da área já estavam ameaçadas de extinção. Entre elas, estão a baleia cachalote, o peixe-boi do Golfo (mamíferos), o peixe-serra, o atum-rabilho, o esturjão do Golfo (peixes), o pelicano-pardo e a batuíra-melodiosa (pássaros), além de corais-pétreos e tartarugas marinhas. Além destas, outras 600 espécies deveriam sofrer redução do número de indivíduos, segundo a ONG.