Atualizada às 21h24
O PP (Partido Popular), do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, venceu as eleições gerais deste domingo (20/12) na Espanha. Contudo, não obteve a maioria parlamentar para formar governo no país.
Com mais de 96% das urnas apuradas, o partido governista conquistou 28,71% dos votos e 122 assentos no Congresso — longe das 176 vagas necessárias para conseguir maioria absoluta.
EFE
Chefe de governo, Rajoy sorriu ao votar: dificuldade agora é fazer coalizão com outros partidos
Em segundo lugar, está o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), com 22,08% e 91 cadeiras. A terceira força parlamentar está nas mãos da novata coalizão de esquerda Podemos, que conquistou 20,61% dos votos e 69 assentos.
Além de Podemos, outra sigla recente na história política espanhola é o partido liberal Ciudadanos, que se consolidou no quarto lugar, com 13,88% dos votos e 40 cadeiras.
As duas legendas foram criadas recentemente como reação à crise financeira que o país passou nos últimos anos, bem como o desgaste político com denúncias de corrupção dentro do governo.
De acordo com El Pais, a coligação Unidade Popular-Izquierda Unida obteve menos de 4% dos votos e apenas dois deputados, tendo dificuldades para formar um grupo parlamentário próprio, dado que as regras do Congresso exigem um mínimo de cinco parlamentares.
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Os colégios eleitorais abriram as portas às 9h (horário local, 6h em Brasília) e fecharam às 20h (17h) . Ao longo do dia, 36,5 milhões de pessoas foram convocadas para escolher todos os 350 deputados do Congresso e 208 senadores. Segundo dados do governo, cerca de 58,4% da população apta a votar compareceram às urnas.
Essas eleições são consideradas as mais acirradas desde 1982 e marca o fim do bipartidarismo entre PP e e o PSOE, característica presente nos últimos pleitos do país.
Embora não haja uma agenda definida para a formação do próximo governo, os próximos dias devem ser marcados por uma série de negociações para a composição de gabinete, incluindo reuniões com o rei Felipe VI.
EFE
Centenas de milhares de cidadãos espanhóis foram aos colégios eleitorais nesta tarde
A expectativa é que o PP vá tentar se aproximar do Ciudadanos, cuja linha política de direita é mais semelhante ao seu projeto de governo.
Conforme as normas do país, o próximo primeiro-ministro deverá ser aprovado e designado pelo monarca.
Oficialmente, o novo Parlamento da Espanha deve iniciar seus trabalhos no dia 13 de janeiro, aproximadamente 20 dias após o resultado do pleito.
Caso português
O resultado espanhol lembra o pleito que ocorreu em Portugal há dois meses. No caso luso, a coalizão de centro-direita Portugal à Frente (PàF), liderada pelo então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, vencera as eleições legislativas no início de outubro.
Apesar de conquistar 37% dos votos, a aliança não obteve a maioria absoluta dos assentos da Assembleia da República, de Portugal com 107 das 230 cadeiras.
Então, o PS (Partido Socialista), de centro-esquerda que ficou em segundo lugar no pleito, articulou uma aliança com partidos de esquerda.
Junto ao PCP (Partido Comunista Português), ao BE (Bloco de Esquerda) e ao PEV (Partido Ecologista “Os Verdes”), o grupo liderado pelos socialistas somou 122 cadeiras no Parlamento e derrubou o governo de Passos Coelho no dia 10 de novembro.
EFE/Arquivo
Líder do PS, António Costa acabou conseguindo tornar-se premiê em Portugal