O chefe da FELCN (Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico da Polícia da Bolívia), coronel Félix Molina, qualificou nesta quinta-feira (27/5) de “sumamente perigosa” a acusação do pré-candidato brasileiro José Serra de que o governo do presidente Evo Morales é “cúmplice” com o tráfico de drogas.
“Como diretor da FELCN, considero que é sumamente perigosa”, declarou Molina à Efe sobre a acusação do ex-governador paulista, à qual Morales ainda não respondeu.
Serra disse na quarta-feira que a maior parte da cocaína que chega ao Brasil procede da Bolívia e que o governo Morales tem de ser “cúmplice” ou culpado por omissão desse enorme tráfico.
O chefe policial ressaltou que ele não pode dar uma resposta oficial às palavras do pré-candidato brasileiro do PSDB, mas acrescentou que toda acusação deve vir acompanhada de provas.”Nem sequer eu, que estou na luta contra o narcotráfico, me encorajo a tachar alguém de cúmplice sem ter provas”, expressou.
O vice-ministro de Defesa Social boliviano, Felipe Cáceres, encarregado do combate às drogas, disse à imprensa que a opinião de Serra é “um ponto de vista político” que “não merece nenhuma resposta nem esclarecimento”.
“Não se deve dar muita importância”, disse Cáceres. Já os ministros do Interior, Sacha Llorenti, e do Exterior, David Choquehuanca, evitaram fazer comentários sobre o assunto.
Segundo Serra, entre 80% e 90% da cocaína que entra no Brasil provém da Bolívia. Por outro lado, Molina sustentou que, pela natureza ilegal do narcotráfico, não se pode saber quanta droga atravessa essa fronteira.
O oficial destacou os esforços da polícia boliviana no confisco de droga. De acordo com ele, as apreensões de drogas neste ano somam 13,8 toneladas de cocaína e 871 toneladas de maconha.
Dirigentes da oposição boliviana, como o governador eleito do departamento de Santa Cruz (na fronteira com o Brasil), Rubén Costas, denunciaram recentemente a presença de carteis de traficantes colombianos, brasileiros e paraguaios no país.
A denúncia surgiu após o massacre de três sérvios e três bolivianos em Santa Cruz em 14 de maio, num suposto “acerto de contas” entre máfias do narcotráfico, do qual participaram policiais nos dois grupos.
Morales viaja ao Brasil nesta noite para participar amanhã no Rio de Janeiro no 3º Fórum da Aliança de Civilizações.
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