A polícia paquistanesa deteve neste domingo (02/09) o imã Hafiz Mohamed Kalid Chishti, responsável pela mesquita de Mehrabad, vinculado ao caso da menina cristã presa por blasfêmia por supostamente queimar páginas do Corão. A prisão aconteceu porque uma testemunha declarou no sábado (01) que o líder regligioso falsificou provas contra a menina, Rimsha Masih, ao acrescentar folhas do livro sagrado islâmico às quais supostamente ela tinha queimado.
A detenção dá uma reviravolta inesperada no caso, depois que o tribunal que julga a suposta blasfêmia adiou para segunda-feira uma possível decisão de libertá-la após o pedido da família da menor de mudar a defesa da acusada.
A destruição de palavras do Corão é considerado blasfêmia e crime no país, que pode ser punido até com prisão perpétua.
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Risha, de 14 anos e portadora da síndrome de Down, se encontra presa desde 18 de agosto, quando saiu para buscar papel para usar como combustível em sua casa. Segundo testemunhas, ela recolheu, por erro, escritos do Corão em um exemplar do Qaida Nurani, um método para aprender a ler o livro sagrado muçulmano.
Desde então permanece na prisão de Adiala, em Rawalpindi, apesar dos protestos de grupos de direitos humanos e organizações religiosas moderadas, contra os duros castigos estipulados nas leis antiblasfêmia no Paquistão.
Esses grupos denunciam que as leis antiblasfêmia são com frequência utilizados para resolver querelas pessoais.
O caso elevou a tensão entre a maioria muçulmana e a minoria cristã no subúrbio de Mehrabadi, em Islamabad, onde a menor mora e da qual centenas de famílias cristãs fugiram por medo de represálias de radicais islâmicos.