Enquanto milhares de pessoas se despediam do líder opositor russo Boris Nemtsov, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, o condecorou com a Ordem da Liberdade nesta terça-feira (03/03).
“Para nós, Boris sempre será um patriota da Rússia e um amigo da Ucrânia. Demonstrou com sua vida que isto é compatível, só é preciso desejar”, afirmou o chefe de Estado ucraniano, ao prestigiá-lo postumamente com a maior honraria que a Ucrânia concede a cidadãos estrangeiros.
Via Twitter, Poroshenko anunciou a condecoração com uma foto em memória do líder opositor:<
Нагородив Орденом Свободи Бориса Нємцова http://t.co/xAwptKBCCu pic.twitter.com/sMNxFYQrQd
— Петро Порошенко (@poroshenko) 3 março 2015
Assassinado com quatro tiros na sexta-feira (27/02) no centro de Moscou sob circunstâncias ainda não claras, Nemtsov foi enterrado hoje, em uma cerimônia onde milhares de moscovitas e dezenas de personalidades russas e estrangeiras compareceram na capital russa.
“Meu pai está no paraíso”, disse Anton, filho do opositor, no final do velório realizado no Museu Sakharov da capital russa. Além de familiares, estiveram presentes no velório o ex-primeiro-ministro e dirigente opositor Mikhail Kasianov, Naina Yeltsina, viúva do primeiro presidente russo, padrinho político do assassinado opositor, e Nadezhda Tolokonnikova, líder do grupo Pussy Riot.
Representando o governo russo, estiveram presentes os vice-primeiros-ministros Sergei Prikhodko e Arkadi Dvorkovich. Já entre as personalidades estrangeiras que viajaram para Moscou estiveram o ex-premiê do Reino Unido John Major e o ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Linas Linkevicius.
EFE
Nemtsov também foi ex-vice-primeiro-ministro da Rússia e era um crítico declarado do conflito com a Ucrânia
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Na cerimônia também estiveram presentes vários embaixadores, entre eles o dos Estados Unidos, John Tefft, que depositou uma oferenda floral. O chefe do Kremlin, Vladimir Putin, enviou uma coroa de flores.
No domingo (01/03), milhares de russos realizaram uma passeata em memória do líder opositor. De acordo com o correspondente de Opera Mundi em Moscou, Sandro Fernandes, havia muitas bandeiras ucranianas e frases de apoio a Kiev na mobilização
No dia anterior, importantes figuras internacionais condenaram o episódio publicamente. Além de Poroshenko, o presidente norte-americano, Barack Obama, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediram uma investigação “rápida” e “transparente” das circunstâncias do crime, além de lamentarem a morte de Nemtsov.
Em meio às críticas e acusações, Putin alega que o crime “tem toda a pinta de ser um assassinato por encomenda, de caráter extremamente provocador”. Ele também assumiu pessoalmente o controle sobre a investigação, informou o Kremlin.