O presidente afastado da Catalunha, Carles Puigdemont, negou nesta terça-feira (31/10) que vá pedir asilo político na Bélgica, onde se encontra atualmente, e afirmou que aceita a antecipação das eleições na região para o dia 21 de dezembro, como determinou o primeiro-ministro Mariano Rajoy ao intervir no governo catalão.
Puigdemont, no entanto, cobrou que a Espanha aceite o resultado da votação, da qual os independentistas também poderão participar. “Tomamos as eleições como um desafio democrático. Os desafios democráticos não nos dão medo”, declarou Puigdemont, antes de questionar: “O Estado [espanhol] respeitará os resultados, quaisquer que sejam eles?”.
O líder catalão foi denunciado na segunda-feira (30/10) pela Procuradoria da Espanha por “rebelião” e “sedição”, mas negou que vá pedir asilo político às autoridades em Bruxelas, onde chegou na tarde de ontem após seguir de carro até Marselha, na França, para então pegar um avião. Segundo ele, seu objetivo é trabalhar com “liberdade e segurança”.
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“Estamos aqui pelas garantias que não nos dão na Espanha. Temos que trabalhar com um governo legítimo e decidimos que a melhor maneira de fazê-lo é indo à capital da Europa. Desde que o governo [espanhol] cessou nossas responsabilidades, não temos proteção”, acrescentou. Puigdemont disse que voltaria “imediatamente” à Catalunha se houvesse garantias de um “julgamento justo e com separação de poderes”.
O ex-presidente catalão está em Bruxelas com cinco secretários do governo destituído também denunciados pela Procuradoria da Espanha. “Uma parte do governo [regional] se deslocou a Bruxelas para tornar evidente o problema catalão no coração da Europa. Outra parte seguirá na Catalunha realizando a atividade política como membros legítimos”, afirmou.
Na prática, a administração da Catalunha já começou a ser exercida pela Espanha, sob o comando da vice-primeira-ministra Soraya Sáenz de Santamaría. Ela governará a comunidade autônoma até as eleições de 21 de dezembro, quando os catalães escolherão um novo Parlamento regional.
Chatham House/Flickr CC
Em Bruxelas, Puigdemont disse que não irá pedir asilo e que aceita eleições na Catalunha
(*) Com Ansa