O presidente do Egito, Mohamed Mursi, sancionou na noite desta terça-feira (25/12), a nova Constituição do país, que foi aprovada por 63,8% da população, embora a oposição não tenha reconhecido o resultado. O anúncio da assinatura foi divulgado na quarta-feira (26). Com a assinatura, o polêmico texto passa a vigorar como a lei suprema do país árabe e uma nova eleição parlamentar será realizada em cerca de dois meses. Trata-se da primeira carta constitucional aprovada após a queda do regime do presidente Hoosni Mubarak (1981-2011).
A capital do país, Cairo, não registrou maiores protestos, apenas alguns pneus queimados no centro da cidade .
A aprovação do texto constitucional em referendo é a terceira vitória seguida das orientações políticas ligadas ao Islã. Anteriormente, venceram as eleições parlamentares e a presidencial, que levou Mursi ao poder. O grupo predominante é a Irmandade Muçulmana, mais moderado, que controla o partido PLJ (Partido Liberdade e Justiça), de Mursi.
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Mursi espera que a aprovação do texto, criticado pelas correntes laicas egípcias por conter elementos da sharia (lei islâmica), coloque um fim ao clima de instabilidade política que toma o país desde a queda de Mubarak. A oposição, que se opunha à minuta constitucional por considera-lo muito religioso e restritivo de liberdades, alega que a disputa eleitoral foi fraudada. Seguindo eles, ele deixa espaço para que os clérigo interfiram no processo legislativo.
Já o governo afirma que a Constituição garante a proteção dos grupos minoritários (o país tem uma população cristã de cerca de 10%)
O objetivo será agora recuperar a fragilizada economia. O governo já havia imposto uma série de medidas para controlar as divisas e impedir a fuga de capitais para o exterior, o que provocou uma corrida às pressas da população aos bancos para retirarem suas poupanças. Entre as medidas está a proibição de sair com mais de dez mil dólares do país. Ele também se comprometeu com o FMI (Fundo Monetário Internacional) a aumentar impostos e conter gastos fiscais para obter empréstimos.
(*) com agências de notícias internacionais