O presidente paraguaio, Federico Franco, aumentou nesta sexta-feira (10/01) as rusgas com o governo da Venezuela ao chamar o líder da Assembleia Nacional daquele país, Diosdado Cabello, de “marionete”.
“Dou graças a Deus que não sou Diosdado. Nós não somos marionetes que recebem ordens”, disse Franco, em uma coletiva de imprensa quinzenal.
A imprensa paraguaia viu a declaração como uma dura réplica ao comentário feito na última quinta-feira por Cabello de que, se a “oposição liderasse a Assembleia Nacional, já teria ocorrido um golpe de Estado na Venezuela”.
“A única diferença é que esta Assembleia não é o Congresso paraguaio e Diosdado Cabello não é Franco”, acrescentou o venezuelano.
O comentário de Cabello fazia referência ao impeachment do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, aprovado em junho, em tempo recorde, pelo Congresso do país, que o acusou de “má gestão”.
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A destituição foi criticada por todos os países da América Latina, que não reconheceram o novo governo, liderado por Franco, que como vice, assumiu o cargo de Lugo. O Paraguai também foi suspenso do Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul) e da Unasul (União das Nações Sul-Americanas).
Como resposta, Franco disse hoje que “o Congresso do Paraguai é um Congresso de homens e mulheres livres, diferente da maioria dos membros do Congresso venezuelano”. Ele destacou que, dos 125 congressistas paraguaios, apenas cinco se opuseram à destituição de Lugo.
Franco também questionou os métodos utilizados pela Venezuela para resolver o impasse da cerimônia de posse do mandatário Hugo Chávez.
Internado em Cuba desde dezembro devido a um tratamento contra um câncer na pélvis, Chávez não pôde comparecer à cerimônia de posse para um novo mandato, realizada ontem. No entanto, uma decisão do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) da Venezuela permitiu o início do novo período constitucional sem a necessidade da presença física do chefe de Estado no cargo.