O prefeito da região metropolitana de Caracas, Antonio Ledezma, foi acusado formalmente pelo Ministério Público da Venezuela por conspirar contra o governo do presidente Nicolás Maduro e supostamente apoiar grupos que pretendiam “desestabilizar o país com ações violentas”. O líder opositor está preso desde meados de fevereiro, quando o governo anunciou a desestabilização de um suposto golpe de Estado em curso no país. Nesta quarta (08/04), completam-se 48 dias da detenção.
Agência Efe/Arquivo
Foram realizados diversos atos para pedir a libertação de Ledezma
O promotor José Luis Orta solicitou nesta terça-feira (07/04) a admissão da acusação e detenção a Ledezma, assim como que seja mantida a medida de privação de liberdade. Ele acusou o prefeito pelos crimes de “conspiração e associação previstos e sancionados no Código Penal e na Lei Orgânica contra a Delinquência Organizada e Financiamento ao Terrorismo”, como diz o comunicado da promotoria.
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De acordo com o comunicado, a detenção de Ledezma tem relação com o caso dos jovens Lorent Gómez Saleh e Gabriel Valles, expulsos da Colômbia em setembro do último ano por fazer proselitismo e atualmente imputados por suposta vinculação com “planos conspiratórios”.
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À época da detenção, Maduro afirmou que Ledezma, assim como os opositores Leopoldo López e María Corina Machado, assinaram um documento intitulado “Acordo Nacional para a Transição”. Segundo o governo, o manifesto tentava tirar Nicolás Maduro do poder.
“Apenas por meio da Justiça poderemos derrotar essas tentativas de golpe de Estado e dar ao país paz em definitivo. Quem estiver envolvido em tentativas de golpe tem que pagar”, disse Maduro. O presidente disse ainda que o líder opositor “esteve no golpe de Estado” contra seu antecessor, Hugo Chávez, em abril de 2002, e em “todas as conspirações” no país.
Cúpula das Américas
A esposa de Ledezma, Mitzy Capriles, viajou para o Panamá, onde participará de atividades realizadas na VII Cúpula das Américas, que será realizada entre 10 e 11 de abril, para denunciar a situação do marido, que considera ser um preso político no país. O governo nega este status e o rebate. Para a gestão chavista, Ledezma é um político preso.
De acordo com o assessor adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, participará, nesta sexta-feira (10/04), do Fórum da Sociedade Civil, que reunirá dissidentes cubanos e opositores venezuelanos.
Ontem, membros da delegação oficial cubana, que participaram nos fóruns anteriores da Cúpula denunciaram que mercenários e conhecidos terroristas participarão dessas conversas. Para o governo cubano, a oposição que comparecerá ao evento é “fabricada no estrangeiro, carente de toda legitimidade e decoro” .