As mães de dois dos primeiros presos políticos a serem libertados pelas autoridades de Cuba, Lester Gonzalez Pentón e José Luis García Paneque, disseram que seus filhos viajarão para a Espanha assim que deixarem a cadeia.
“Estou muito alterada, agradecida tanto ao governo cubano, quanto ao da Espanha e à Igreja Católica. Meu filho cumpria uma condenação de 20 anos de prisão por crimes contra o Estado há sete anos, e agora vai terminar tudo isso”, afirmou à agência de notícias italiana ANSA Mireya Pentón, mãe de Gonzalez Pentón.
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“Minhas filhas e suas famílias, e eu, decidimos acompanhar Lester, que agora tem 33 anos de idade, em sua viagem. Estou de uma vez contente e muito nervosa, mas não penso em me separar dele assim que saia”, acrescentou ela em uma conversa telefônica a partir de Santa Clara, região central de Cuba, onde mora.
De sua parte, Moralinda Paneque, mãe de José Luis García Paneque, declarou que está “muito feliz” e assinalou que seu filho “pensa em ir para a Espanha”, durante um telefonema a partir de Las Tunas, no leste do país.
“Os quatro filhos dele, que tem 44 anos, já residem nos Estados Unidos”, acrescentou a cubana, explicando que o opositor foi condenado a 24 anos de detenção com a acusação de “atentado à segurança do Estado”. “Estou agradecida a todos que colaboraram com as libertações, inclusive às autoridades”, acrescentou Moralinda, que não confirmou se iria ou não com o filho ao país europeu.
Gonzalez Pentón e García Paneque estão no grupo dos cinco primeiros dissidentes políticos cubanos que serão postos em liberdade, de um total de 52. Também serão soltos antes que os demais Antonio Villareal Acosta, Luis Milán Fernández e Pablo Pacheco Avila.
A iniciativa foi anunciada pela Igreja Católica nesta semana, em um comunicado feito durante a visita oficial à ilha caribenha do chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, que ofereceu seu país como destino para os opositores que quisessem deixar Cuba.
Todos os 52 presos fazem parte do chamado “grupo dos 75”, condenados em julgamentos em todo o país em meados de 2003 por motivos ideológicos. Após a notícia das solturas, o dissidente Guillermo Fariñas abandonou a greve de fome que mantinha há mais de quatro meses reivindicando as libertações.
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