Atualizado às 15h02
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, anunciou nesta quarta-feira (01/07) que seguirá adiante com o referendo sobre as negociações com credores europeus, anunciado na sexta passada (26/06) e previsto para este domingo (05/07), mas nega que a consulta seja usada para discutir a permanência ou não do seu país na zona do euro.
EFE
Tsipras comenta sobre a polêmica consulta popular; segundo pesquisa, maioria dos gregos votará pelo 'não' a acordo
O chefe de governo grego fez declaração em mensagem transmitida pela televisão local poucas horas antes de uma reunião de urgência com ministros de Finanças da zona do euro, via teleconferência, para analisar uma nova proposta grega. Tsipras também disse que o feriado bancário imposto na última segunda é “temporário” e que os depósitos dos cidadãos gregos estão garantidos.
Muitos líderes europeus questionam se a consulta popular seja realmente sobre o acordo ou tenha um viés político e uma intenção de saída na zona do euro.
Em resposta a Tspiras, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que a Europa “quer ajudar” a Grécia, mas que “não pode ajudar ninguém contra sua própria vontade” e pediu para que se esperassem os resultados do referendo.
Europe wants to help #Greece. But cannot help anyone against their own will. Let's wait for the results of the Greek referendum
— Donald Tusk (@eucopresident) 1. Juli 2015
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Horas após entrar oficialmente em default técnico por não transferir para o FMI (Fundo Monetário Internacional) o valor da parcela de € 1,6 bilhão, a Grécia pediu “mudanças graduais” às condições impostas pelo Eurogrupo. Segundo reportou a Reuters, Tsipras pede reformas na previdência e no mercado de trabalho, assim como a adoção de corte menor aos gastos militares neste ano.
Negociado há meses, esse acordo busca um consenso pela prorrogação do resgate financeiro por parte das instituições financeiras europeias, em troca da aceitação do governo grego por reformas estruturais e corte orçamentário.
O vice-presidente da Comissão Europeia (CE) para o Euro, Valdis Dombrovskis, assegurou nesta quarta que “a porta segue aberta” para continuar com a negociação sobre a crise econômica da Grécia. Em relação ao referendo, Dombrovskis disse que a pergunta que será feita “não é realmente válida” já que “reflete uma pergunta sobre um programa que expirou”.
Ao menos 54% dos gregos responderão “não” à pergunta “Você aceita as medidas propostas pelas Instituições Europeias?”, indicou uma pesquisa publicada no jornal grego Efimerida ton.
Embora a maioria dos gregos diga que pretende votar pelo “não”, essa vantagem diminuiu significativamente após o governo anunciar, na noite de domingo (28/06), a restrição de capitais, limitando a retirada de dinheiro a € 60, bem como ordenando o fechamento de bancos e dos mercados até o dia 7 de julho.