O partido democrata publicou o plano de diretrizes políticas nesta segunda-feira (03/09) nas vésperas do início de sua convenção nacional em Charlotte, na Carolina do Norte, onde a candidatura à reeleição de Barack Obama será formalizada.
O documento, que aborda temas cruciais aos norte-americanos, como economia e saúde, marca a diferença entre as propostas democratas e as defendidas pelo Partido Republicano bem como entre a situação política atual e a das ultimas eleições presidenciais, quando Obama se elegeu pela primeira vez.
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“Há quatro anos, democratas, independentes e muitos republicanos se uniram como americanos para fazer os Estados Unidos andar para frente”, diz o texto que descreve um momento de grave crise econômica relacionado à administração anterior do republicano, George W. Bush.
“Hoje, nossa economia está crescendo novamente, a al Qaeda está mais fraca do que em qualquer momento desde o 11/9 e o nosso setor manufatureiro está crescendo pela primeira vez em mais de uma década”, acrescenta o documento, se opondo às acusações dos republicanos de que o presidente piorou a crise econômica nos Estados Unidos.
Como a grande maioria das plataformas, o partido defende que Obama precisa de mais quatro anos para terminar o seu projeto político e alerta para a consolidação do poder nas mãos dos mais ricos se os republicanos ganharem o pleito de novembro.
Oposição
“Essa eleição não é simplesmente uma escolha entre dois candidatos ou dois partidos políticos”, afirma o texto. “Mas, entre dois caminhos fundamentalmente diferentes para o nosso país e as nossas famílias”.
De fato, a maior parte das diretrizes esboçadas no programa político é diametralmente oposta daquela estabelecida pela plataforma republicana, divulgada há duas semanas. Os democratas defendem mais reformas no sistema de saúde público, mudanças na legislação para imigrantes a fim de facilitar a integração dessa população na sociedade, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a lei de aborto atual.
“O aborto é uma decisão pessoal entre a mulher, sua família, seu médico e a sua religião; não existe espaço para políticos ou para o governo ficarem no caminho”, afirma o texto se referindo à proposta republicana de proibir o aborto sem exceções para casos de estupro ou incesto.
O tema provocou muita controvérsia nos Estados Unidos nas ultimas semanas por conta das declarações do senador republicano Todd Akin que disse que um estupro “de verdade” (“legitimate rape” em inglês) raramente resulta em gravidez.
Além da questão do aborto e do casamento homossexual, a plataforma dos democratas também tratou de outro tema polêmico aos republicanos: o passado empresarial de seu candidato, Mitt Romney, acusado de tirar empregos dos EUA.
“Nós queremos cortar taxas para as empresas que estão no exterior e passar a oferecer incentivos fiscais para as companhias investirem nos EUA… Mas, o partido republicano nomeou um homem cuja empresa investiu em companhias que são pioneiras em terceirização”, diz o texto.
A convenção do partido democrata terá início nesta terça-feira (04/09) com o discurso da primeira-dama, Michelle Obama, e do prefeito hispânico, Julián Castro, e se estenderá até quinta-feira (06/09). A candidatura de Obama e Joe Bidden será formalizada na quarta (05/09).