Neste sábado (03/12), as ruas do centro de Seul voltaram a ficar repletas de manifestantes pelo sexto sábado consecutivo, em novo protesto para pedir a renúncia da presidente Park Geun-hye, envolvida no escândalo da “rasputina coreana”.
Dezenas de milhares de pessoas iniciaram uma manifestação pacífica na Avenida Gwanghwamun, principal artéria do centro da capital, portando bandeirolas e cartazes, nos quais pediam a renúncia e a abertura do procedimento de destituição de Park.
Os manifestantes planejam finalizar o percurso nos arredores da presidencial Casa Azul, onde a polícia estabeleceu um cordão de isolamento num raio de 100 metros, e ao anoitecer permanecerão nas ruas com velas acesas. Segundo as autoridades, foram disponibilizados 20 mil homens para controlar a manifestação.
Em outras cidades do país, como Busan, Gwangju e Chuncheon, também aconteceram mobilizações em menor escala.
Park, cujo índice de aprovação caiu para um recorde de baixa de 4% na semana passada, é acusada de permitir que sua amiga íntima Choi Soon-sil – conhecida popularmente como “rasputina coreana” – se intrometesse em assuntos estatais.
A presidente também é suspeita de conluio com a amiga com vista a pressionar as principais empresas sul-coreanas para que fizessem doações a duas fundações controladas por Choi. Park pediu repetidamente desculpas pelo escândalo, mas nega qualquer irregularidade.
Agência Efe
Protestos pedem a renúncia da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye
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Moção de impeachment
Partidos da oposição da Coreia do Sul apresentaram neste sábado uma moção de impeachment contra Park. A medida foi apoiada por 171 dos 300 legisladores na Assembleia Nacional.
Uma maioria de dois terços é necessária para afastar a presidente e precisará do apoio de 28 legisladores do Partido Saenuri, legenda governista de Park. Se aprovada, a moção terá que passar pelo Tribunal Constitucional, num processo que poderá levar até seis meses e sem garantia de como os juízes irão se pronunciar.
Se a votação, prevista para a próxima sexta-feira, for bem-sucedida, Park será o primeiro líder democraticamente eleito na Coreia do Sul a ser destituído do cargo. Na terça-feira, Park disse que estava preparada para renunciar, mas deixaria o Parlamento decidir seu destino político. Seu partido Saenuri propôs que ela renuncie em abril para permitir novas eleições em junho.