As autoridades da Rússia abriram neste domingo (08/07) uma investigação penal para apurar as responsabilidades pela morte de pelo menos 153 pessoas nas inundações que atingem o litoral do Mar Negro, no sul do país. O presidente russo Vladimir Putin decretou luto nacional na próxima segunda-feira (09/07) em homenagem às vítimas deste fatídico fim de semana.
Agência Efe
Carros levados pela água durante a inundação de sábado no litoral russo.
A tragédia abalou três municípios da comarca de Kuban. A maioria dos corpos foi localizada em Krymsk, onde o número de mortes chega a 141, anunciou à Agência Efe o Ministério de Situações de Emergências de Krasnodar. Entre os mortos há três crianças, com idades de um, oito e dez anos.
Milhares de casas foram destruídas em apenas algumas horas de sábado (07/07), quando as chuvas superaram, em alguns casos, o média esperada para cinco meses. A cidade balneário de Gelendzhik sofreu a maior inundação de sua história.
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O Ministério de Emergências indicou que “mais de 5,2 mil casas de Krymsk e Gelendzhik habitadas por 26.475 pessoas, entre elas 6.330 crianças”, ficaram embaixo do nível água. Os últimos cálculos do órgão estima que “cerca de 3,3 mil pessoas perderam todos os seus pertences e mais de 18 mil perderam parte de seus bens”.
Agência Efe
As ruas de Krymsk tornaram-se rios no dia da tragédia, e só era possível ter acesso à cidade a bordo de lanchas ou helicópteros. Alguns habitantes da cidade, de pouco mais de 50 mil pessoas, denunciaram que a cidade foi atingida por uma onda de mais de sete metros que, segundo eles, pode ser decorrente não tanto das chuvas, mas do transbordamento da represa de Neberdzhayevsk, situada em uma montanha próxima.
Após uma ordem expressa de Putin para que a represa fosse inspecionada, o CI (Comitê de Instrução) russo – responsável por investigações criminais – constatou que ela de fato deixou vazar água, mas destacou que este não foi a causa das graves inundações. “Em 24 horas, caiu sobre a região o padrão anual de precipitações, por isso a represa transbordou várias vezes e descarregou porções de água”, apontou um porta-voz do CI. Segundo ele, a infraestrutura não sofreu ruptura alguma pela qual pudesse sair uma tromba d'água capaz de inundar Krymsk.
Até 10 mil soldados trabalham para eliminar rapidamente os danos das inundações. Os milhares de desabrigados foram realojados em acampamentos provisórios por não poderem voltar a suas casas, enquanto o céu não dá trégua para a cidade.