O baixo preço da gasolina e do diesel vem afetando o mercado do etanol produzido no Brasil desde setembro de 2008. Com o barril custando, em média, 45 dólares, o consumo dos combustíveis derivados do petróleo cresceu frente ao do álcool e do etanol nos Estados Unidos, o que fez com que as exportações brasileiras do biocombustível para o país caíssem consideravelmente.
Houve uma queda das exportações de 31% em dezembro de 2008 e de 45% em janeiro de 2009, em relação aos mesmos meses dos anos anteriores. De 2007 para 2008, a conta foi inversa: houve crescimento de cerca de 45%, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Para Edson Menezes Silva, superintendente de Abastecimento da ANP, essa tendência, “decorrente da crise econômica mundial”, é natural. “Não há o que fazer, é necessário esperar o período de recessão passar”. Ele ressaltou que, num longo prazo, o preço do petróleo deve voltar a subir, fazendo com que a demanda pelo biocombustível volte a crescer.
Leia mais:
Brasil incentiva ampliação do mercado exportador de etanol
Barreiras tarifárias
Silva, que palestrou durante o seminário Exportação e Logística do Etanol: Caminhos para a Consolidação da Liderança Global, na sexta-feira (6) em São Paulo, alertou que outro grande obstáculo para o etanol no mercado norte-americano são as altas tarifas tributárias impostas pelo país, que visavam num primeiro momento incentivar a produção interna do biocombustível.
Para o ministro do Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores, André Correa do Lago, dificilmente os Estados Unidos eliminarão a tarifa de importação do etanol ou diminuirão as taxas, o que facilitaria o aumento das importações do produto brasileiro.
Ele acredita que uma redução dos impostos é mais provável. “A redução das tarifas é o que pode ser feito, mas ainda depende de muitas negociações no Congresso norte-americano. O presidente Barack Obama tem um grande desafio pela frente, porque o seu discurso prega mudanças na política ambiental.”, declarou.
O Brasil é o principal fornecedor de álcool da América Latina para os Estados Unidos, que por sua vez, acredita que o combustível é a melhor forma de o país diminuir a sua dependência do petróleo.
Leia mais:
Europa vai abrir mercado para biocombustíveis, diz embaixador
NULL
NULL
NULL