Ministro de Economia no primeiro mandato de Cristina Kirchner, o vice-presidente Amado Boudou terá que assumir o comando da Argentina por 20 dias, durante o mês de janeiro, durante a licença da presidente, diagnosticada com um tumor maligno na tiróide, segundo um anúncio oficial da Casa Rosada desta terça-feira (27/12).
Durante o anúncio da fórmula com que competiria nas últimas eleições presidenciais do país, realizadas em outubro deste ano, quando foi reeleita com 54% dos votos, Cristina Kirchner destacou que a escolha do então ministro de Economia para vice-presidente se devia, principalmente, à “lealdade” demonstrada por Boudou.
Outra das virtudes ressaltadas por ela foi a mudança de sua orientação política ao longo da carreira como economista, já que Boudou tem um passado marcado pela militância e docência de tendência neoliberal: “Eu o valorizei porque o importante não é ter tido a mesma orientação toda a vida, mas sim saber mudar quando o mundo muda”, disse Cristina.
Integrante do gabinete da presidente peronista desde 2009, o belo economista de 48 anos, viu sua carreira política deslanchar quando foi designado para dirigir a Administração Nacional de Segurança Social (Anses), organismo estatal responsável pelo sistema de aposentadoria da Argentina.
No cargo, Boudou idealizou e apresentou à presidência um plano para a estatização dos fundos de aposentadoria, concretizado em 2008. Com a medida, cerca de3,5 bilhões de dólares, antes destinados ao setor privado, passaram às mãos do Estado, permitindo a inclusão de mais de 3 milhões de não contribuintes ao sistema de aposentadoria, além dos fundos necessários para planos sociais como a Asignación Universal por Hijo (AUH), programa similar ao Bolsa Família brasileiro.
“Preciso ao meu lado alguém que não tenha medo das corporações, aos preconceitos, porque realmente, o mundo mudou muito e vai continuar mudando”, afirmou Cristina Kirchner sobre o economista, em uma crítica explícita a Julio Cobos, seu vice durante o primeiro mandato, considerado um “traidor” pelo kirchnerismo, por seu voto negativo, como presidente no Senado, ao aumento dos impostos às exportações agrícolas.
Boudou também é conhecido pelos argentinos por seu comportamento despojado e suas aparições roqueiras. Durante a campanha de sua fórmula para as eleições presidenciais, não faltaram oportunidades para que o ex-ministro exibisse seus dotes musicais, geralmente vestindo calça jeans e camiseta , tocando guitarra ao lado de sua banda de rock “La Mancha de Rolando”.
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