O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou hoje (13/5) a Moscou para uma visita de dois dias à Rússia. Dentre os temas que devem ser tratados com o presidente russo, Dmitri Medvedev, estão as relações comerciais entre os dois países e o desejo de o Brasil adquirir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Porém, o programa nuclear no Irã deve mobilizar a atenção internacional.
Isso porque, a exemplo do Brasil, o governo russo busca o diálogo como alternativa de evitar sanções ao Irã impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Nas conversas com Medvedev, Lula deverá manifestar sua preocupação com a eventual sanção imposta ao Irã pelas suspeitas de que seu programa nuclear esconda a produção de armas atômicas. Membro permanente, a Rússia tem direito a veto no órgão – ao lado dos Estados Unidos, França, China e Inglaterra. Pequim demonstrou recentemente o interesse em esgotar a via diplomática com o Irã, em vez de aplicar sanções imediatamente.
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Para Lula, ainda há espaço para o diálogo entre o Irã e a comunidade internacional. No entanto, os EUA, liderados pelo presidente Barack Obama, insistem na imposição de sanções. A pressão dos EUA conta com o apoio dos franceses, ingleses e alemães.
Em 5 de maio o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou aceitar “em princípio” a mediação do Brasil para ressuscitar um acordo, apoiado pela ONU, que prevê que o Irã envie seu urânio à França e Rússia, para que estes se encarreguem de enriquecê-lo e posteriormente, utilizaria o combustível processado em reatores iranianos.
Em viagem preparatória a de Lula, no final de abril, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu ao Irã “maior flexibilidade” no tema, sugerindo que Ahmadinejad dê os “primeiros passos para recuperar a confiança” da comunidade internacional.
Assento
Com o intuito de garantir espaço para o Brasil em uma eventual reforma do Conselho de Segurança, Lula deve pedir apoio a Medvedev. A estrutura atual do órgão é de dez vagas provisórias – uma delas é ocupada por dois anos pelo Brasil – e cinco permanentes. O governo brasileiro defende a ampliação de 15 para 25 assentos.
Lula lembrará que da forma como o conselho está organizado ele não reflete o mundo do século 21. Também ressaltará os avanços conquistados pelo Brasil e a importância do país no Hemisfério Sul. De acordo com diplomatas, Medvedev tem simpatia pela reivindicação do governo brasileiro.
Após a visita à Rússia, Lula segue amanhã (14/5) para uma rápida visita ao Catar. Na capital, Doha, Lula se reúne com o emir Hamad bin Khalifa Al Thani. É a primeira vez que um presidente brasileiro vai ao país muçulmano. Em seguida, Lula se reúne com Ahmadinejad no Irã, no dia 15 de maio.
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