A resistência à realização do referendo sobre mudanças constitucionais no próximo domingo (28) é uma “reação desesperada da direita e seus aliados para frear a vontade popular de buscar vias democráticas para a transformação nacional” de Honduras, na opinião de um setor da sociedade civil organizada do país.
Em carta aberta à comunidade internacional, o Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras afirmou: “Esta ofensiva golpista tem sido planejada e executada de maneira articulada entre o Congresso Nacional fascista, os meios de comunicação e seus donos”.
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Um dos meios de comunicação assumidamente contra a consulta popular convocada pelo governo é o jornal La Prensa, que informa que com exceção das organizações populares de esquerda, todos os setores se opõem publicamente ao plebiscito, declarado ilegal pela Suprema Corte.
O comissário nacional de Direitos Humanos, Ramón Custodio, qualificou como “bobagem” a decisão de Zelaya. Também disse que o presidente “apenas escuta os maus conselheiros”. Já o presidente do Congresso, Roberto Micheletti, disse que Zelaya “incorre em delito ao promover uma Constituinte” e advertiu que “o presidente está equivocado, porque qualquer urna que instale não terá nenhum valor legal e ele estaria em perigo de que a promotoria se posicione contra”.
“A crise é gerada por alguns setores que tem promovido a desestabilização e o caos a fim de causar sérios problemas à instituição democrática de Honduras, a ordem constitucional e o exercício do poder legalmente constituído”, declarou o presidente em anúncio feito via TV e rádio.
“Será uma ampla consulta popular em todo o território nacional, para que os hondurenhos expressem livremente seu acordo ou não com a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte que dite e aprove uma nova lei fundamental em Honduras”, afirmou Zelaya.
A Constituição entrou em vigor há 27 anos, após quase uma década de regimes militares em Honduras. O próprio texto proíbe sua reforma, especialmente em relação à forma de governo e à reeleição presidencial.
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