O anúncio desta quarta-feira (17/12) dos presidentes dos EUA, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, de que os dois países vão começar uma reaproximação não foi bem recebida por parte da comunidade cubano-americana de Miami. É a região que concentra a maior parte dos exilados cubanos nos Estados Unidos.
O senador Marco Rubio, representante republicano da Flórida, chamou a medida de “a última de uma longa linha de tentativas fracassadas por parte do presidente Obama para apaziguar regimes párias a todo custo”.
Por sua vez, o presidente do Movimento Democracia, Raúl Sanchez, de posição anti-Cuba, disse, em declaração à Agência Efe, que “é importante que se escute o povo de Cuba, porque eu não vejo o governo de Castro anunciando que vai legalizar a oposição cubana”.
Já Orlando Gutiérrez, presidente do Diretório Democrático Cubano, classificou como “absurdo” o anúncio, dizendo que se trata de uma “concessão” a um sistema que, na opinião dele, “segue mantendo a opressão sobre o povo cubano”. “É o pior que os Estados Unidos podem fazer em questão de segurança nacional”, afirmou à Efe.
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Vozes mais moderadas, no entanto, veem as medidas como uma maneira de ajudar o povo cubano. “Essas mudanças irão fazer mais para ajudar a empoderar o povo cubano do que 50 anos de sanções foram capazes de alcançar”, afirmou, ao jornal Miami Herald, Ric Herrero, diretor-executivo de uma organização não governamental que trabalha com a comunidade local.
Por sua vez, o arcebispo de Miami, Thomas Wensi, disse que a nova política de Obama muda o jogo. “Eu só consigo imaginar como é difícil para alguns dos membros dos exilados cubanos para aceitar essas mudanças”, afirmou ao periódico.
Segundo o Miami Herald, várias pessoas da comunidade cubana do condado de Miami Dade assistiram pela televisão os anúncios de Obama e de Castro.