Atualizado às 22h25
Tropas das forças rebeldes líbias tomaram nesta segunda-feira (22/08) o controle de grande parte da capital do país, Trípoli, enquanto o paradeiro do coronel Muamar Kadafi, no poder do país desde 1969, é desconhecido. O CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político do comando rebelde, decretou unilateralmente o fim da era Kadafi, e ganhou apoio de grande parte da comunidade internacional.
As informações são das agências de notícias internacionais Reuters e France Presse, e da rede de TV árabe Al Jazeera e da multiestatal Telesur.
Os combates em Trípoli, no entanto, continuam. Tropas leais a Muamar Kadafi ainda lutam para evitar a queda do líder do regime. O CNT afirma ter tomado 80% da capital – em locais como o aeroporto internacional, a rede de TV estatal e a Praça Verde, um dos símbolos do regime de Kadafi. O principal foco de resistência está no complexo presidencial de Bab al Aziziyah. O local já foi alvo de fortes bombardeios pela aviação norte-americana em 1986.
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As forças rebeldes também alegam ter capturado três filhos de Kadafi – Saadi, Mohamed e Saif al Islam, apontado como virtual sucessor de seu pai. Entretanto, há informações ainda não confirmadas que Mohamed teria escapado das mãos dos rebeldes.
Já Al Islam apareceu à noite desta segunda-feira (22/08) em uma área de Trípoli ainda controlada pelo regime,próxima ao hotel onde se hospedamos jornalistas estrangeiros. Os rebeldes afirmavam que ele foi capturado no domingo (21/08) e seria entregue às autoridades do TPI (Tribunal Penal Internacional) mas que, até lá, estava em um “local seguro”. Al Islam negou ter sido capturado.
“Trípoli está sob nosso controle. Que todos se acalmem. (…) É uma guerra midiática, (vocês) viram como estamos tratando de romper a coluna vertebral desses grupos criminosos que querem destroçar a Líbia (…) Queremos pedir calma, tranquilizar as pessoas”, disse Al Islam aos jornalistas.
Os rebeldes contam com apoio irrestrito da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que, liderada por EUA, Reino Unido e França, bombardeiam forças do regime líbio há cinco meses. A aliança alega a intervenção baseada em uma resolução das Nações Unidas que previa uma zona de exclusão aérea e um cessar-fogo em todo território líbio. Nesta noite, as tropas da OTAN voltaram a bombardear o complexo.
Em Benghazi, segunda maior cidade do país e principal centro da insurgência, o líder do CNT Mustafa Abdel Jalil, em uma coletiva de imprensa, afirma que a Líbia ainda passa por muitos desafios, incluindo a manutenção da lei e da ordem.
Segundo a Al Jazeera, Jalil pediu à população para não fazer justice com as próprias mãos, e espera que Kadafi seja capturado vivo para ser julgado no próprio país. “Nós garantimos que ele terá um julgamento justo.Mas não tenho ideia como ele poderá se defender pelos crimes que cometeu contra o povo líbio o mundo”, afirmou.
Paradeiro incerto
Não há informação precisa sobre o paradeiro de Kadafi. As autoridades dos EUA acreditam que ele continua na Líbia, e “não há informações” que ele tenha deixado o país. Nos últimos dias, o coronel apareceu em diversas mensagens de rádio.
No mais recente, ele confirmava a chegada dos rebeldes a Trípoli e pedia para que a população resistisse. “Como vocês podem permitir que a capital Trípoli seja novamente ocupada? (…) Os traidores estão pavimentando o caminho para a as forças de ocupação (em referência à OTAN) desembarcarem”.
Uma fonte diplomática teria dito à France Presse que Kadafi estaria no complexo presidencial.
Os rebeldes afirmam que ele foi capturado no domingo (21/08) e seria entregue à corte internacional mas, por enquanto, estava em “lugar seguro”.
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