O governo do Reino Unido forneceu uma ajuda militar, com mísseis antitanque, à Ucrânia em um momento em que a tensão aumenta na fronteira com a Rússia.
O anúncio britânico foi feito na segunda-feira (17/01), quando o ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, declarou ao Parlamento que foi decidido enviar a Kiev equipamentos militares “para autodefesa”.
Na terça-feira (18/01), o Ministério da Defesa ucraniano anunciou o recebimento do material bélico. De acordo com o vice-ministro da Defesa da Ucrânia para a integração europeia, Anatoli Petrenko, o país planeja usar a assistência técnica internacional “exclusivamente para fins defensivos” em caso de “qualquer manifestação ou ação que possa resultar em uma escalada”.
“Isso certamente fortalecerá nossas capacidades de defesa”, declarou o ucraniano.
Já o Canadá, pode ter enviado cerca de 200 militares para treinamento e instrução dos ucranianos, algo que está sendo feito desde 2020, segundo o porta-voz do comando de operações especiais canadense, Amber Bineau, citado pelo portal Global News.
Segundo Bineau, o envio do Canadá faz parte dos “esforços mais amplos” das Forças Armadas para “apoiar” as unidades de segurança da Ucrânia.
Os Estados Unidos também declararam ajuda ao aliado ucraniano, algo que, segundo o Departamento de Estado norte-americano, já está sendo feito nos últimos anos.
“Vamos impor sanções econômicas incapacitantes, mas, mais importante, daremos ao povo da Ucrânia as armas, armas letais de que precisam para defender suas vidas e meios de subsistência”, disse o senador Richard Blumenthal em uma delegação de legisladores dos EUA que visitou Kiev na segunda-feira.
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Militares ucranianos receberão treinamento das forças canadenses
Do outro lado da fronteira, a Rússia também tem enviado material militar para defesa do território em conjunto com unidades bielorrussas. O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que os exercícios serão praticados simulando cenários de confronto com forças invasoras do oeste (Polônia e Lituânia) e do sul (Ucrânia) com previsão de serem realizados entre 10 e 20 de fevereiro.
A operação foi nomeada de “Resolução Aliada 2022” e acontece em meio ao agravamento da situação político-militar na Europa perto das fronteiras da Ucrânia.
Lukashenko acusa a Polônia, a Ucrânia e os países bálticos de concentrar até 30 mil soldados e material de guerra perto de suas fronteiras. “A Ucrânia continua acumulando forças e concentrando unidades de guarda nacional comandadas por ‘radicais nacionalistas’. Eles são muito piores do que os militares da Organização Tratado do Atlântico Norte (Otan). Isso está acontecendo perto da fronteira do nosso país”, disse Lukashenko à agência BeITA.
A Rússia também tem expressado preocupação com a militarização da Ucrânia pela Otan e o aumento da presença militar da aliança militar em seus países limítrofes. Enquanto isso, Estados Unidos e países europeus a acusam de planejar uma invasão ao território ucraniano, o que Moscou nega.
No dia 12 de janeiro, representantes da Rússia e da Otan se reuniram em Bruxelas, na Bélgica, com o objetivo de debater as propostas de segurança que incluem a expansão da aliança militar composta por países da Europa e da América do Norte para o leste do continente europeu.
Nesta terça, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, anunciou que chamou a Rússia e os aliados da Otan para uma nova rodada de conversas, para “tentar encontrar uma saída para a crise”.
(*) Com RT e Sputnik News.