O Reino Unido decidiu investigar o banco HSBC (Hongkong and Shanghai Banking Corporation) após denúncias de sonegação fiscal feitas pelo SwissLeaks – Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo. De acordo com os documentos vazados pelo grupo, o banco ajudou clientes de mais de 200 países a fugir dos impostos em contas no montante de 104 bilhões de euros, entre novembro de 2006 e março de 2007.
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A autoridade de supervisão do comportamento financeiro (FCA, na sigla em inglês) anunciou nesta segunda-feira (16/02) que está analisando as práticas do HSBC, depois das denúncias de escândalo financeiro.
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Instalação do HSBC na Índia: banco é investigado por fraude financeira
No Brasil, a Receita Federal já investiga brasileiros com indícios de movimentação financeira no Banco HSBC na Suíça. “São 6,6 mil contas bancárias abertas no banco no período de 1988 a 2006, supostamente relacionadas a 4,8 mil cidadãos de nacionalidade brasileira, que totalizariam saldo, em 2006 e 2007, no valor de US$ 7 bilhões”, destaca a Receita.
De acordo com informações da Agência Brasil, o Fisco informou ainda que, por meio de sua unidade de inteligência, teve acesso a parte da lista contendo o nome de pessoas que teriam relacionamento financeiro com a instituição. “As análises preliminares de alguns contribuintes já revelam hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações prestadas ao Fisco brasileiro, entre outros casos”, acrescenta.
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França também estuda medidas
Na França, os juízes encarregados do inquérito relativo à fraude fiscal praticada em grande escala no HSBC Private Bank, baseado em Genebra, na Suíça, terminaram as suas investigações, o que abre agora a possibilidade de abertura de um processo.
Os juízes Guillaume Daieff e Charlotte Bilger terminaram as investigações na última quinta-feira (12), mas o inquérito prossegue analisando outros aspetos, especialmente aqueles ligados ao papel desempenhado pela sede do banco, que fica em Londres.
De acordo com a imprensa europeia, Daieff e Bilger estão convencidos de que o banco “se beneficiou do produto da fraude fiscal”, organizou a ocultação “dos fluxos financeiros” e “lavou fundos de origem ilícita”, conforme especificou uma fonte envolvida no caso.
Em particular, o banco teria utilizado numerosos fundos e empresas fantasmas para ajudar os seus clientes donos de grandes fortunas a esconder os seus ativos.
O banco tem ainda a possibilidade de admitir a culpa. Este cenário passaria por uma dura negociação entre a Justiça e o banco. As acusações que incidem sobre o HSBC implicam multa, que pode chegar à metade do valor dos fundos lavados e ser suficientemente pesada para dispensar a realização de um julgamento.
(*) Com informações da Agência Brasil e Reuters