A crescente vinculação comercial com as economias asiáticas ajudou a América Latina a se salvar da crise mundial e manter fortes suas taxas de crescimento, afirmou hoje no Panamá o economista-chefe do grupo BBVA para a América do Sul, Joaquín Vial.
“A vinculação crescente com as economias asiáticas” nos permite afirmar que “no setor externo, as exportações estão dando um grande suporte ao crescimento de todas as economias” da América Latina, disse Vial à Agência Efe ao apresentar na capital do Panamá um relatório do BBVA sobre o desempenho da economia deste país.
Ele destacou o “forte aumento do investimento e da demanda” experimentada por todas as economias latino-americanas, e principalmente “o aumento das exportações”, especialmente aos mercados asiáticos.
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“Toda a região está crescendo a taxas superiores a 5%”, o que é “um fenômeno bastante generalizado” na região”. Dentro desse contexto, “o Panamá se vê muito bem situado”, destacou Vial.
O economista-chefe do BBVA para a América do Sul destacou que na economia internacional persiste em um “regime de duas velocidades”, com alguns países desenvolvidos sendo travados “por problemas ainda de caráter financeiro”, – alguns deles inclusive pela ação de alguns governos, que mantêm políticas monetárias expansivas e ainda apresentam baixas taxas de crescimento.
O exemplo mais claro é o dos Estados Unidos que, segundo ele, anunciaram que vão manter as taxas de juros “muito baixas por muito tempo”, sem que elas devam voltar a subir pelo menos até 2013.
Além disso, o Governo americano mantém programas de expansão à vista, com a possível compra da dívida pelo Fed (Federal Reserve) nas próximas semanas.
Diante disso, as economias emergentes enfrentaram a crise “com muito sucesso”, com uma grande capacidade de manobra, uma alta do consumo, dinamismo no setor imobiliário e, sobretudo, com um crescimento do comércio de mais de 10 %, destacou.
Vial afirmou que esta situação de rápido crescimento das economias emergentes e de estagnação das nações mais desenvolvidas trata-se de uma “anomalia” e não previu uma mudança destas condições por enquanto.
“As coisas ainda não se resolveram completamente a nível internacional. Vimos como a preocupação com a solvência dos sistemas bancários se transformou em uma preocupação com a solvência dos próprios Governos, especialmente na Europa. Há riscos ainda provenientes da solvência dos mercados”, ressaltou.
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