O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, reúnem-se nesta quinta-feira (12/09) em Genebra, na Suíça, para discutir o plano de ação destinado à destruição das armas químicas que deverão ser entregues pela Síria. A Rússia propôs um procedimento em quatro etapas, que começaria com a adesão de Damasco ao tratado internacional que abole o uso desses artefatos (Convenção para Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenamento, Uso de Armas Químicas e sua Destruição), informa a imprensa russa. A reunião deve durar dois dias.
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Agência Efe
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Posteriormente, na segunda etapa do plano, a Síria deverá revelar a localização de seu arsenal químico e o local de fabricação. O terceiro passo seria autorizar a entrada no país de inspetores internacionais. A fase final seria a destruição das armas, em cooperação com os inspetores.
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O plano de Moscou pretende evitar uma ofensiva militar multilateral comandada pelos Estados Unidos em resposta a um ataque com armas químicas em uma área controlada pelas forças rebeldes próximas à capital Damasco, em 21 de agosto. As potências ocidentais acusam o governo de Bashar al Assad, que nega a acusação e culpa a oposição.
O jornal Kommersant revela pela primeira vez os detalhes do plano, que segundo a publicação foi apresentado aos americanos na terça-feira (10), apesar do anúncio oficial ter acontecido na quarta-feira (11).
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A publicação, que habitualmente tem acesso a fontes da diplomacia russa, destacou que ainda resta definir quem destruiria fisicamente as armas, e não se descarta uma missão conjunta entre Rússia e Estados Unidos.
Rejeição
O grupo opositor rebelde ESL (Exército Sírio Livre) rejeitou a proposta russa de colocar as armas químicas do país árabe sob controle internacional e pediu que as autoridades do governo que admitiram possuir este tipo de armamento sejam julgados.
“A Secretaria-Geral da revolução síria anuncia sua rejeição categórica da iniciativa russa que pretende colocar as armas químicas sob controle internacional”, afirmou o chefe militar dos insurgentes, general Selim Idris, em depoimento divulgado no YouTube. Para ele, “os sírios são o ponto de partida para se conseguir a vitória e o eixo da solução”.
O líder do ELS considerou que é um erro retirar as armas químicas do regime antes do julgamento dos autores de crimes em um tribunal internacional, porque elas são uma prova das ações criminosas cometidas por Damasco.
Idris pediu aos países que apoiam o ELS que forneçam armas e munição ao grupo. Além disso, pediu “aos heróis do Exército Livre da Síria” que continuem a “libertação do país”.
Nova acusação
Já a CNFROS (Coalizão Nacional Síria), principal grupo opositor no país, afirmou nesta quinta-feira (12) que um ataque com gás tóxico foi perpetrado em Yobar, na periferia de Damasco.
Um porta-voz do organismo disse à Agência Efe que, pela manhã, ocorreu um ataque com “gás venenoso” na região, mas até o momento não há mais detalhes sobre a natureza desta substância.
O diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abderrahman, colocou em dúvida a veracidade da informação e disse que nos últimos dias surgiram notícias sobre o uso de armas químicas no país que não são nada mais que “rumores”.
(*) com agências de notícias internacionais