A Rússia vetou nesta quarta-feira (12/04) no Conselho de Segurança da ONU uma resolução apresentada por Estados Unidos, França e Reino Unido que exigia que o governo da Síria garantisse acesso total para inspetores enviados pela organização a qualquer instalação e a informações da atuação das Forças Armadas do país, sob ameaça de retaliação militar.
O texto recebeu dez votos a favor, três abstenções e dois votos contrários, de Bolívia e Rússia, que fez valer seu direito de veto como membro permanente.
Trata-se da oitava ocasião em que Moscou bloqueia uma resolução sobre a Síria no Conselho de Segurança desde o início do conflito no país árabe, há seis anos.
Em várias ocasiões, sua postura foi respaldada pela China, que hoje se absteve junto com Cazaquistão e Etiópia.
Agência Efe
Sessão do Conselho de Segurança em que países votaram resolução apresentada por potências ocidentais sobre Síria
Pouco antes da votação, o embaixador russo, Vladimir Safronkov, classificou como “inoportuno” o momento escolhido pelas potências ocidentais para votar o texto.
Safronkov afirmou que o ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, propôs ao secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, que os dois países enviem à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) uma comunicação conjunta para que mande especialistas à área do suposto ataque químico do dia 4 de abril e à base aérea da qual, segundo Washington, foi lançado e que foi depois bombardeada pelos EUA na última sexta-feira (07/04).
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Segundo o diplomata russo, Tillerson está considerando a ideia e seu país confia em uma resposta positiva.
Tanto Tillerson como Lavrov salientaram hoje em Moscou que deve haver uma investigação internacional do ataque, algo que os dois países defenderam repetidamente.
No entanto, as duas partes foram incapazes de pôr-se de acordo sobre um texto nas Nações Unidas.
As potências ocidentais apresentaram na semana passada uma primeira minuta da resolução que foi tachada de “inaceitável” pela Rússia. Nesta semana, voltaram à mesa com uma versão ligeiramente revisada, que retirava a atribuição de responsabilidade pelo suposto ataque químico ao governo sírio.
O documento vetado hoje pela Rússia condenava o “suposto ataque” ocorrido em 4 de abril na cidade de Khan Sheikhoun e sublinhava a necessidade de que os responsáveis prestem contas.
Em concreto, reivindicava ao governo de Bashar al Assad que desse acesso a especialistas enviados pela ONU tanto à informação como aos históricos de voo de sua aviação, aos nomes de indivíduos no comando de esquadrões de helicópteros e das bases aéreas. No caso de não cumprimento, a Síria ficaria passível de ser atacada militarmente a mando do Conselho de Segurança.
*Com Agência Efe