Saif Al Islam, um dos filhos do coronel Muamar Kadafi, afirmou nesta quarta-feira (31/08) por meio de uma mensagem de áudio transmitida pela emissora árabe Al Urubah, que “as forças leais a seu pai continuam combatendo os insurgentes” e que a “resistência continua”.
Saif informou que seu pai está bem, e chegou a tomar chá junto com ele. E também prometeu que vai libertar a Praça Verde, em Trípoli, um dos símbolos de seu regime. “Falo desde um subúrbio de Trípoli. Estamos lutando, tomando chá e café com nossas famílias … e lutando”. Segundo ele, o regime possui mais de 20 mil jovens armados para lutar contra os rebeldes e chamou a população para lutar contra os “ratos” e os “mercenários”.
“Falo do subúrbio de Trípoli. Queremos tranquilizar o povo líbio, estamos sempre aqui, a resistência continua e a vitória está próxima”, disse Saif.
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Também hoje, Saadi, outro filho de Kadafi, disse à emissora Al Arabiya que aceitaria se entregar aos rebeldes se isso acabasse com o banho de sangue. Ele declarou que os rebeldes “são nossos irmãos” e acrescentou que não tinham nenhum problema em entregar o poder a eles.
Saadi pediu também a todas as partes que deixem as armas de lado e insistiu que é preciso organizar uma trégua para evitar que os choques continuem.
Citado pela agência de noticias Efe, Saadi desmentiu a informação de que mantém contato com os rebeldes para uma rendição negociada, como havia noticiado a emissora Al Jazeera.
O paradeiro de Kadafi é desconhecido. Ontem, porém, houve especulações sobre sua localização. Segundo a Efe, o vice-primeiro-ministro rebelde e ministro do Petróleo e Economia, Ali Tarhuni, disse ter “uma boa noção” sobre onde Kadafi está escondido e não duvida que poderão capturá-lo.
A Reuters, citando um guarda-costas capturado, cujo nome não foi divulgado, informou que Kadafi esteve em Trípoli até a última sexta-feira. Depois, ele deixou a capital e foi para a cidade desértica de Sabha, a cerca de 800 quilômetros ao sul da capital.
Intervenção
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) informou nesta quarta-feira que bombardeou vários alvos perto de Sirte, cidade natal de Kadafi, e Bani Walid, a sudeste de Trípoli, informou a agência de notícias Associated Press. Os rebeldes acreditam que este pode ser um suposto esconderijo do coronel Kadafi.
A aliança começou a atacar as proximidades de Bani Walid na terça-feira, destruindo três lançadores de mísseis terra-terra, um depósito de munição, um tanque e um local onde eram estocados lançadores de foguetes, além de uma base militar não especificada, segundo a atualização diária das operações da Otan.
Chanceler
O chanceler do regime de Kadafi, Abdelati Obeidi, foi preso na terça-feira em sua fazenda em Janzour, um subúrbio a oeste de Trípoli, segundo um correspondente da Reuters. O repórter detalhou ainda que forças do CNT (Conselho Nacional de Transição) gritavam “Deus é o maior”, enquanto realizavam a prisão de Obeidi.
Abdallah al Hijazi, aliado próximo de Kadafi, também foi preso por forças rebeldes em Trípoli, anunciaram fontes rebeldes à Reuters.
Aliado
Mais cedo, o secretário de Relações Internacionais da Frente Sandinista
de Libertação Nacional da Nicarágua, Jacinto Suárez, disse que Kadafi
está disposto a morrer na Líbia e não vai pedir asilo político a nenhum
país. Em 1979, o partido nicaraguense foi responsável pela queda do
então presidente Anastacio Somoza.
Nos 42 anos em que esteve no poder,
Kadafi manteve estreitas ligações com alguns partidos e organizações
latino-americanas, como os sandinistas nicaraguenses.
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