Dois navios de guerra dos Estados Unidos e um da Coréia do Sul foram deslocados para as águas do Japão hoje (26). Os dois países alegam ver perigo no iminente lançamento de um satélite norte-coreano, que seria apenas disfarce para o teste de um míssil Taepodong-2 de longo alcance, que poderia chegar até a costa do Alasca.
De acordo com o governo norte-coreano, o lançamento do artefato, que teria propósitos pacíficos, está programado para acontecer entre os dias 4 e 8 de abril. EUA e Coréia do Sul, no entanto, dizem temer que o teste possa acontecer já nos próximos dias.
“Queria destacar que estamos preparados para qualquer eventualidade”, afirmou hoje o porta-voz da Marinha norte-americana, Charles Howard.
O Taepodong-2 foi testado pela primeira vez pelo governo norte-coreano em 2006, mas falhou menos de um minuto após o lançamento.
Provocação
Falando durante sua visita oficial ao México, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou que uma eventual tentativa por parte da Coréia do Norte de lançar um foguete seria considerada uma “provocação” pelos Estados Unidos.
“Nós fomos absolutamente claros. A intenção que foi comunicada pelos norte-coreanos de lançar um míssil, para qualquer propósito, será considerada um ato de provocação”, disse Hillary.
A secretária de Estado americana afirmou que seu país poderá recorrer à ONU (Organização das Nações Unidas) e que um teste balístico comprometeria as chamadas “negociações de seis partes”.
Estas negociações – das quais também participam Coréia do Sul, Japão, Rússia e China – pretendem fazer com que Pyongyang aceite desmantelar seu programa nuclear em troca de auxílio internacional.
“Este caminho seguido pela Coréia do Norte terá um custo e conseqüências nas negociações de seis partes, que gostaríamos de ver retomadas. Pretendemos levar esta violação, caso ela aconteça, ao Conselho de Segurança na ONU”.
Na terça-feira (24), o governo norte-coreano já havia afirmado que qualquer sanção da ONU imposta por causa do lançamento significaria o fim das negociações sobre o desmantelamento de seu arsenal nuclear.
Japão
O governo japonês ameaçou enviar um navio equipado como um interceptador de mísseis para o Mar do Japão para derrubar o artefato norte-coreano.
Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro japonês, Taro Aso, afirmou que o conselho de segurança do Japão irá se reunir ainda nesta semana para tratar dos preparativos para a derrubada do míssil, caso ele ameace o país.
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