O secretário-geral da OEA /9Organização de Estados Americanos ), José Miguel Insulza, defendeu nesta quarta-feira (5) que o país hondurenho seja reintegrado à comunidade internacional antes da assembleia geral do órgão, em junho. Honduras foi suspensa da OEA desde o golpe de Estado, ocorrido em 28 de junho de 2009, quando o então presidente Manuel Zelaya foi deposto. Ontem (4) os governos do Brasil e dos outros países da Unasul (União de Nações Sul Americanas) se manifestaram contrários à iniciativa neste momento.
A suspensão ocorreu por causa do golpe de Estado que envolveu integrantes do Congresso Nacional, da Suprema Corte e das Forças Armadas. Zelaya foi deposto e em seu lugar assumiu o parlamentar Roberto Micheletti. O objetivo da Comissão da Verdade é investigar a ação dos que participaram do golpe de Estado e também a atuação de Zelaya e de seus aliados.
“Todo mundo na organização sabe que a minha proposta é que isso ocorra agora, o mais rapidamente possível, mas é que os membros [da OEA] que têm de decidir”, afirmou Insulsa, que participou da cerimônia de instalação da Comissão da Verdade, criada pelo governo do presidente de Honduras, Porfirio “Pepe” Lobo. As informações são da agência oficial de notícias da Argentina, a Télam.
O objetivo da comissão é investigar o episódio que levou à saída de Zelaya e ao governo que o sucedeu. A Comissão da Verdade é liderada pelo ex-vice-presidente da Guatemala Eduardo Stein, mas também participam do grupo a reitora da Universidade Nacional Autônoma de Honduras, Julieta Castellanos, o jurista Jorge Omar Casco, o advogado Michael Kergin Amadilia e a diplomata peruana María Zavala.
“Alguns governos têm argumentado que, dada a gravidade que atribuem ao que ocorreu, é necessário decidir com mais calma, levar um pouco mais. Eu não acho que isto continue por muito tempo”, disse Insulza.
O novo governo de Pepe Lobo foi reconhecido apenas por alguns países, como Estados Unidos, Panamá e Colômbia. Os demais da região resistem sob a alegação que sua eleição, realizada no final do ano passado, ocorreu no momento em que o clima de golpe de Estado ainda era presente em Honduras, sendo que Zelaya estava abrigado na Embaixada do Brasil na capital hondurenha e mantido fora do poder.
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é fundamental estender a anistia concedida aos que participaram do golpe para Zelaya e seus correligionários. O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que o cenário ideal é promover o retorno de Zelaya a Honduras.
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