As votações sobre as moções relacionadas ao governo de Silvio Berlusconi deverão ocorrer no próximo dia 14, um dia após o pronunciamento do premier no Parlamento, conforme definiram nesta terça-feira (16/11) os titulares da Câmara dos Deputados e do Senado em um encontro com o presidente da Itália.
O anúncio foi feito logo após a reunião entre Gianfranco Fini, presidente da Câmara, Renato Schifani, do Senado, e o chefe de Estado italiano, Giorgio Napolitano.
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No encontro, os três analisaram a situação do país, em meio às tensões entre Berlusconi e seu ex-aliado Fini, intensificadas nos últimos dias, após os opositores PD (Partido Democrata) e IDV (Itália dos Valores) apresentarem uma moção de censura contra o primeiro-ministro na Câmara, ao mesmo tempo em que este se propôs a levar sua gestão ao voto de confiança nas duas casas.
Conforme foi divulgado logo depois da reunião, na manhã do dia 13 será realizado o pronunciamento do governo no Senado. Na mesma data, à tarde, a Câmara analisará a moção apresentada pelos opositores Partido Democrata PD e IDVcontra Berlusconi. No dia seguinte, serão votadas ambas as proposições.
Antes, contudo, as duas casas deverão dar prioridade à aprovação do orçamento de 2011. Uma das medidas que serão analisadas é a chamada lei de estabilidade, considerada ainda crucial para a gestão do governo.
As divergências entre Fini e Berlusconi aumentaram recentemente, quando o deputado pediu a renúncia do chefe de governo. Caso ele não deixasse o posto, ex-membros do governista PDL (Povo da Liberdade) – agora integrantes do 'finiano' FLI (Futuro e Liberdade para a Itália) – poderiam não apenas se posicionar contra as propostas governistas, como também abandonar seus cargos.
No sábado passado, um dia depois da apresentação da moção de censura, o primeiro-ministro anunciou que iria pedir um voto de confiança no Parlamento depois de que o orçamento de 2011 fosse sido aprovado.
Na segunda-feira, quatro funcionários do gabinete italiano – leais a Gianfranco Fini – apresentaram suas cartas de demissões. Entre eles estavam os então ministro para a Política Europeia, Andrea Ronchi, e vice-ministro do Desenvolvimento, Adolfo Urso.
Ontem, Berlusconi chegou a reunir-se com altos dirigentes do PDL, além de manter um encontro com a aliada Liga Norte, cujo apoio é essencial neste momento, já que para dar continuidade às suas políticas, ele precisa ter o respaldo dos parlamentares, caso contrário não consegue empreender seus projetos.
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