Aparentemente sem se preocupar com o clima de tensão que envolve o país, moradores de Pyongyang saíram às ruas nesta segunda-feira (15/04) para celebrar o principal feriado do país, o 101º aniversário do nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung.
A comunidade internacional estava temerosa que os norte-coreanos aproveitassem a data para efetuar um ataque nuclear contra a Coreia do Sul. Nenhum ataque ou movimentações militares, no entanto, foram registrados.
A Coreia do Norte havia descartado neste domingo (15/04) a proposta de diálogo de Seul, o que foi considerado pelo governo sul-coreano como sinal de um possível ataque. Em uma nota publicada pela agência norte-coreana KCNA, Pyongyang considerou a proposta de diálogo sugerida nesta semana pela presidente sul-coreana, Park Geun-hye, de “vazia” e “uma estratégia astuta para ocultar a política da Coreia do Sul voltada ao confronto”.
Agência Efe
Dezenas de flores foram colocadas em frente ao monumento que saúda os antigos dirigentes norte-coreanos
Park disse na quinta-feira passada (11/04) que tinha intenção de “falar com a Coreia do Norte” para melhorar o ambiente de tensão que paira sobre a península coreana devido às intensas ameaças bélicas.
Como parte das celebrações do feriado nacional, o presidente Kim Jong-un, acompanhado por membros da elite militar do país, visitou hoje (15) o palácio onde foram embalsamados os corpos de seu avô e de seu pai e antecessor, Kim Jong-il. Segundo a agência KCNA, as festividades são para fazer “uma grande homenagem e a mais humilde reverência”.
Pela manhã, cidadãos vestidos com trajes tradicionais norte-coreanos depositaram flores na grande estátua de bronze do fundador. As principais ruas de Pyongyang amanheceram decoradas com bandeiras, cartazes e flores, segundo descreveram os meios de imprensa com presença na cidade.
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Nascido em 1912, Kim Il-sung fundou o Estado comunista norte-coreano em 1948 sob a doutrina “juche” – uma versão do socialismo baseada na autossuficiência – e presidiu o país até sua morte em 1994.
Foi então que seu filho, Kim Jong-il, tomou o comando e liderou a Coreia do Norte até sua morte em dezembro de 2011 – ocasião que seu filho mais novo, Kim Jong-un, assumiu como principal comandante.
Segundo informações do jornal britânico The Guardian, existem poucos locais com acesso à internet e comunicação com o mundo exterior em Pyongyang, o que impede que a população tenha acesso ao temor da comunidade internacional frente a um ataque nuclear norte-coreano.
No último sábado (13/04), naquele que foi o último episódio da crise nas Coreias, EUA e China concordaram em cooperar mutuamente para que a península coreana seja “desnuclearizada” de forma “pacífica”, de acordo com diplomatas dos dois países.
A decisão foi tomada após uma visita do secretário de Estado norte-americano John Kerry à China. No sábado (13) ele se encontrou com o presidente chinês Xi Jinping e o chanceler Wang Yi, em Pequim.