O número de mortos em decorrência dos atentados cometidos desde sexta-feira pelo grupo islâmico radical Boko Haram no norte da Nigéria aumentou para 150, informou neste domingo (06/11) a Agência Nacional de Gestão de Emergências do país (Nema, na sigla em inglês).
Um porta-voz da agência, que pediu anonimato, indicou que o número de corpos contabilizados chega a 150, o que quase triplica a quantidade divulgada no sábado por Suleimon Lawal, comissário da Polícia do estado de Yobe – onde foram realizados os piores ataques.
O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, determinou às agências de segurança do país que redobrem esforços para capturar os terroristas, que fizeram ataques coordenados nas cidades de Maiduguri, Damaturu e Kaduna na sexta-feira e sábado.
Em comunicado divulgado no sábado, o porta-voz da Presidência, Reuben Abati, disse que, para Jonathan, qualquer um que tenha cometido este tipo de ataque “foge da mensagem de paz e amor que envolve o Eid al Adha” – festividade islâmica que marca o fim da peregrinação do hajj.
Um oficial de alta patente da Polícia de Damaturu, onde aconteceu um dos ataques mais sangrentos, afirmou neste domingo que ninguém tinha sido preso até o momento.
O grupo radical Boko Haram assumiu a autoria dos ataques e prometeu mais atentados contra as instituições federais “até que as forças de segurança acabem com os excessos contra nossos membros e contra os civis vulneráveis”, destaca o jornal independente Leadership.
O mesmo policial de Damaturu disse que o Conselho Supremo de Assuntos Islâmicos (SCIA, na sigla em inglês) condenou os ataques e descartou que os terroristas sejam muçulmanos, “ou não teriam atentado em um mês sagrado e na véspera do Eid al Adha”.
“Se são muçulmanos, que tipo de islã praticam? Nenhum muçulmano ajuizado teria feito isso. Se você luta por Deus, primeiro deve obedecê-lo e cumprir seus mandamentos. O mês sagrado deve ser sagrado”, declarou um membro da SCIA, que não quis se identificar.
O Boko Haram, cujo nome significa “a educação não islâmica é um pecado”, luta para impor a Lei Islâmica (a sharia) na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e cristã no sul. O grupo, que já admitiu vínculos com a rede terrorista Al Qaeda, assumiu a autoria de vários ataques recentes no norte do país.
NULL
NULL
NULL