As eleições parlamentares da Áustria terminaram neste domingo (29/09) com uma apertada vitória da coalizão do governo, composta por social-democratas e democratas-cristãos, enquanto as forças ultranacionalistas e populistas surpreenderam somando mais de 25% dos votos.
O SPÖ (Partido Social-Democrata), do chanceler Werner Faymann, alcançou 27,1% dos votos, enquanto o ÖVP (Partido Popular Austríaco), do ministro das Relações Exteriores, Michael Spindelegger, chegou a 23,8%, segundo apuração completa dos votos depositados no domingo – restam apenas os votos emitidos por correio.
Os dois partidos, que dominam a política austríaca há décadas, sofreram seu pior resultado eleitoral desde 1945, no início do pós-guerra.
O grande vencedor do pleito é o ultranacionalista e populista FPO, de extrema-direita, liderado por Heinz-Christian Strache, que conseguiu subir 3,9 pontos e alcançar 21,4%.
Atrás destes três partidos se encontram os ecologistas Verdes, que sobem ligeiramente até 11,5 %, apenas um ponto a mais do que há cinco anos e longe dos 15% que esperavam alcançar.
O partido populista Team Stronach, fundado há apenas um ano pelo magnata austro-canadense Frank Stronach, alcançou 5,8% dos votos na primeira tentativa de entrar no Parlamento.
Outro novato nas eleições, o partido liberal NEONS, apoiado por um empresário da construção, também conseguiu entrar no Parlamento com 4,8% dos votos.
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Fora da câmara fica o partido liberal populista BZO, fundado pelo falecido líder ultranacionalista Jörg Haider, que conseguiu 3,6% dos sufrágios, abaixo da cláusula de barreira, determinada em 4%.
Segundo as projeções, feitas pela televisão pública ORF, o resultado mudará ligeiramente quando entrarem nos resultados os estimados 550 mil votos emitido por correio, equivalente a 10% do total.
A estimativa dos institutos de pesquisa é que a participação eleitoral fique em torno de 74%, quatro pontos percentuais menos que em 2008.
A Áustria é um dos países que melhor superou a crise econômica e financeira de 2008, com a taxa de desemprego mais baixa da União Europeia e um forte crescimento econômico.
Para os analistas, a única alternativa viável a esta “grande coalizão” é um tripartite de centro e de direita, com ÖVP, FPÖ e Team Stronach.