Atualizada às 14h48
Um tribunal de primeira instância da Suécia decidiu nesta quarta-feira (16/07) manter as acusações de assédio sexual contra o fundador do Wikileaks, Julian Assange, que se encontra há dois anos refugiado na embaixada do Equador em Londres. Com a decisão, a ordem de prisão preventiva contra ele foi mantida.
Agência Efe
Com decisão do tribunal, ordem de prisão preventiva de Assange é mantida
A retirada da acusação seria o primeiro passo para que Assange pudesse deixar a embaixada. A defesa argumenta que há falta de provas para a acusação, além do caráter desproporcional do mandado de prisão europeu.
O Ministério Público, no entanto, pediu a manutenção da ordem de prisão, lembrando do suposto “risco de fuga de Assange”, o que impediria que ele fosse interrogado.
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Os advogados anunciaram que vão apelar da decisão. Para a defesa, o caso tem se estendido por muito tempo porque o Ministério Público não aceita interrogar Assange na embaixada.
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Em fevereiro, os advogados argumentaram, em um artigo publicado no jornal sueco Svenka Dagbladet, que, “de acordo com a seção 5 do Código de Processo sueco, um interrogatório deve acontecer no momento e no lugar que devam ser menos inconvenientes para o acusado. Portanto, segundo a lei sueca, o promotor é obrigado a adaptar-se à situação de Assange”.
Desde junho de 2012 o australiano de 43 anos se encontra asilado na embaixada do Equador, após ter esgotado todas as opções legais nos tribunais britânicos para evitar a extradição à Suécia, e, possivelmente, de lá para os Estados Unidos. Assange é acusado de quatro delitos sexuais contra duas mulheres.
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Em declarações à imprensa, Assange disse ser consciente de que a ordem de detenção sueca é somente uma parte da batalha legal que o mantém confinado na embaixada. “Sigo tendo um problema maior que é o julgamento pendente e a possível ordem de extradição aos Estados Unidos”, afirmou em junho durante uma coletiva de imprensa.
No ano passado, ele afirmou que ainda que as acusações sejam retiradas, ele se manteria na embaixada por temer ainda assim sua extradição aos Estados Unidos, onde autoridades norte-americanas realizam uma pré-investigação sobre os vazamentos do Wikileaks. Ele também argumenta que as acusações de assédio sexual são apenas um pretexto para capturá-lo.