O governo suíço optou nesta quarta-feira (26/04) pelo abandono progressivo da energia nuclear daqui até 2034. Também anunciou que o período de funcionamento das centrais atômicas, que serão desligadas quando completem 50 anos de atividade.
O reator de Beznau I, que funciona desde 1969, será desativado definitivamente em 2019, e os Beznau II e Muhleberg – em operação desde 1971 e 1972 – no ano 2022.
A central de Gosgen será fechada em 2029 e a de Liebstadt em 2034, conforme decisão adotada nesta quarta-feira pelo Executivo do país, mas que requer ainda o aval do parlamento, que vai abordar a questão em junho.
Quando as cinco usinas nucleares existentes na Suíça foram construídas, houve o consenso de que o período de vida útil seria de 40 anos. O planejamento não foi cumprido, pois nesse caso Beznau I já teria de ter sido desligada no ano passado.
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Os membros do governo preferiram a alternativa de uma saída do nuclear de médio prazo entre uma série de cenários que havia sobre a mesa e que iam desde o abandono imediato deste tipo de energia até entrar em um período de “reflexão” de dez anos antes de tomar uma decisão definitiva.
Da mesma forma que em outros países da Europa, o recente acidente nuclear em Fukushima,no Japão, despertou na Suíça uma desconfiança generalizada frente à energia atômica e levou a descartar os planos de construção de duas novas plantas, cuja autorização estava em trâmite desde 2008.
Para garantir a segurança do abastecimento energético, o governo apostou por aumentar a economia no consumo e desenvolver a produção hidráulica, das energias alternativas e de centrais de gás.
Pelos cálculos oficiais, as medidas para atender as necessidades energéticas do país teriam custo de 0,4% a 0,7 % do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, entre 1,7 bilhões de euros e três bilhões de euros anuais.
A produção das usinas nucleares suíças atende 40% do consumo de energia do país. Entre os mecanismos de financiamento para esta mudança de política energética, o governo indicou que estuda a possibilidade de introduzir algum tipo de imposto ou de um “cêntimo energético”.
O partido UDC (União Democrática de Centro), o mais votado na Suíça e com dois representantes no governo colegiado federal – composto por sete membros – propôs que o povo decida em um plebiscito o futuro da energia nuclear.
Neste fim de semana, uma manifestação pacífica contra a energia atômica reuniu cerca de 20 mil pessoas nos arredores da usina nuclear de Beznau (cantão de Argóvia), o mais importante protesto deste tipo nos últimos 25 anos.
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