O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, disse neste sábado (13/02) que o mundo está se encaminhando para uma nova Guerra Fria por conta das relações entre Moscou e o ocidente, principalmente com a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), ao citar as operações militares na fronteira oeste do território russo e na Síria.
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“Às vezes, me pergunto se estamos em 2016 ou em 1962”, questionou Medvedev, fazendo referência ao ano da crise dos mísseis, que quase levou o mundo a uma guerra mundial.
Agência Efe
Para Medvedev, mundo se encaminha rapidamente a uma nova Guerra Fria
“A política da Otan para com a Rússia é pouco amistosa e teimosa. Para sermos sinceros, estamos nos encaminhando rapidamente a um período de uma nova Guerra Fria. Quase todos os dias estamos sendo chamados de a ameaça mais terrível para toda a Otan ou à Europa, à América e a outros países, especificamente. Apesar de as ameaças reais que existem em nosso pequeno mundo – e eu espero que vocês entendam isso – serem absolutamente diferente”, afirmou.
O premiê participa, com outras autoridades mundiais, da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, apelidada de “Davos da Defesa”, em uma referência ao fórum econômico que acontece anualmente na cidade suíça.
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Mais cedo, Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, falou sobre os planos de um aumento militar expressivo no leste – na fronteira com a Rússia e a maior desde a Guerra Fria – para conter “as ações da Rússia”.
Para Medvedev, a Otan não é “amistosa” com a Rússia e deveria trabalhar em conjunto com Moscou para combater o terrorismo. “Eu acho que o Estado Islâmico tem que ser grato aos meus colegas, alguns líderes do Ocidente que desativaram essa cooperação”, disse.
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Agência Efe
Medvedev e Valls trocaram farpas em discursos em conferência em Munique, na Alemanha
Síria
Discursando antes de Medvedev, o premiê da França, Manuel Valls, pediu que a Rússia cessasse suas operações contra o Estado Islâmico na Síria. “A França respeita a Rússia e seus interesses. Mas sabemos que, para achar o caminho da paz novamente, o bombardeamento de civis precisa parar”, disse.
Medvedev refutou as acusações. “Não há evidências de que nós bombardeamos civis, mesmo que todo mundo esteja nos acusando disso. A Rússia não está tentando alcançar objetivos secretos na Síria. Estamos simplesmente tentando proteger nossos interesses nacionais”, afirmou.