Um terremoto abalou hoje (6) a cidade medieval de Áquila, na região de Abruzos, centro da Itália, matando mais de 150 pessoas e deixando mais de 1,5 mil feridos, segundo o governo, além de dezenas de desaparecidos e uma quantidade de desabrigados que varia de 70 mil a 100 mil.
Sessenta pessoas foram resgatadas com vida, segundo
balanço provisório das forças de resgate.
De acordo com a Defesa Civil de Áquila, o tremor foi de 5,8 graus na escala Richter, mas a magnitude pode ter chegado a 6,3 graus no pico, segundo a mídia italiana.
O terremoto atingiu a cidade às 3h32 (23h32 de domingo em Brasília), quando a maioria dos moradores dormia. O abalo foi tão forte que chegou a ser sentido na capital italiana, Roma, que fica a 95 quilômetros de distância.
Com o anoitecer, o tempo fechou e a chuva começou a dificultar os
trabalhos de resgate. No entanto, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi disse, no programa televisivo Matrix, que a situação é satisfatória. “Estamos fazendo todo o possível para resgatar as pessoas sob os
escombros e estamos acompanhando alguns casos particulares com o
coração na garganta”.
Segundo informações da Defesa Civil, entre 3 mil e 10 mil prédios da cidade – que tem 70 mil habitantes – foram danificados. Um albergue de estudantes e algumas igrejas ruíram por inteiro. Equipes de resgate estão procurando sobreviventes sob os escombros.
Até as 11h30 (horário de Brasília), não havia registro de vítimas ou feridos brasileiros, de acordo com o consulado do Brasil em Roma. “Telefonamos para alguns brasileiros que vivem na região e eles estavam bem. Não recebemos nenhum pedido de ajuda”, afirmou a vice-cônsul, Vanessa Torres, ao Opera Mundi.
Segundo o jornal italiano La Repubblica, em alguns lugares há corpos que ainda não foram removidos, cobertos apenas por um lençol.
O prefeito da cidade, Massimo Cialente, disse que 100 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.
Mulher é resgatada em Áquila
Estado de emergência
O primeiro-ministro Silvio Berlusconi cancelou viagem a Moscou e seguiu diretamente para Áquila. “É uma tragédia sem precedentes”, disse. O governo italiano decretou estado de emergência na região de Abruzos, onde Áquila está localizada. O tremor causou danos também em outros vilarejos da região, que é montanhosa. Linhas de telefone e eletricidade foram danificadas e cortadas.
O hospital de Áquila foi parcialmente danificado, o que dificultou o atendimento aos feridos. Milhares de voluntários de toda a Itália se dirigiram à região. Segundo a Defesa Civil, o número de vítimas em Áquila deve superar o do último terremoto que atingiu a Itália, em 2002, na cidade de San Giuliano, na região da Apúlia, onde morreram 20 pessoas.
O tremor também foi sentido em outras regiões italianas, como Lácio e as Marcas, onde não ocorreram danos ou houve vítimas. Algumas pessoas, apavoradas, chegaram a sair às ruas de cidades dessas regiões.
O papa Bento XVI rezou pelas vítimas, em particular as crianças, que morreram no terremoto. “O papa expressa sua dor às populações afetadas e oferece orações fervorosas pelas vítimas, em particular pelas crianças”, afirma um telegrama enviado em nome do pontífice pela secretaria de Estado às autoridades religiosas da cidade de Áquila.
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Membros do serviço de resgate carregam menino ferido
Atualizado às 19h30
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