Três semanas depois das mortes de 34 trabalhadores da mina de Marikana, no Noroeste da África do Sul, o Sindicato Nacional dos Mineiros do país e a empresa Lonmim (que administra a mina) fecharam nesta quinta-feira (06/09) um acordo que encerra o impasse entre as duas partes. Por quase um mês, os mineiros mantiveram um movimento de greve por melhores condições de trabalho que levou a confrontos com policiais armados.
O acordo foi assinado, em Rustenburg, a cem quilômetros de Joanesburgo, a capital do país, e contou com a mediação do Ministério do Trabalho e de líderes religiosos.
Pelo acordo, os trabalhadores se responsabilizam a voltar às atividades na mina da Lonmin e retomarem as negociações. Não está definido, no entanto, como ficará a área na qual 34 mineiros foram mortos e mais de 70 ficaram feridos, no episódio que foi considerado o mais violento da África do Sul desde o fim do regime do apartheid (de segregação racial), que acabou em 1994.
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O presidente do sindicato, S'Du Dlamini, disse que há agora bases para uma negociação salarial “realista e sensata”. O porta-voz da empresa Lonmim, Sue Vey, acrescentou que houve progressos e é possível ser otimista.
Para especialistas, a presença de várias partes à mesa de negociações é um dos principais entraves ao diálogo. Além de dois sindicatos, os mineiros são representados também por um comitê de cinco membros.
Também é apontado como obstáculo a prisão de 270 mineiros – que permanecem em celas. Apesar de o Ministério Público ter retirado as acusações de assassinato contra os mineiros, apenas uma parte dos detidos foi libertada.