O candidato à Presidência dos EUA pelo Partido Republicano, Donald Trump, disse em entrevista na terça-feira (02/08) ao jornal norte-americano Washington Post não apoiar o presidente da Câmara dos Representantes e deputado, Paul Ryan, e o senador John McCain nas primárias para escolher os candidatos do partido ao Congresso dos EUA, aprofundando a divisão entre os membros de sua legenda.
“Eu gosto do Paul, mas estes são tempos horríveis para nosso país. Nós precisamos de uma liderança forte. Nós precisamos de uma liderança muito, muito forte. E eu ainda não estou convencido”, afirmou Trump ao jornal.
Na sequência, vieram as críticas a McCain. “Eu nunca apoiei John McCain porque sempre senti que ele deveria ter feito um trabalho muito melhor com os veteranos [de guerra]. Eles não estão sendo tratados de forma justa”, disse Trump.
Tanto Ryan quanto McCain haviam declarado apoio a Trump após ele ter superado, nas primárias, o mínimo necessário de votos de delegados do partido para se tornar o candidato presidencial republicano. Ambos, porém, já criticaram Trump por algumas de suas controversas declarações.
Agência Efe
Comentários de Trump estão aprofundando divisão dentro do Partido Republicano
Os comentários de Trump sobre McCain e Ryan são parte de uma série de declarações do candidato presidencial que tem aprofundado as divisões entre membros da legenda, apesar da tentativa dos republicanos de unir o partido em prol da candidatura de Trump durante a convenção republicana em Cleveland, em julho. Entretanto, os ex-presidentes George H.W. Bush e George W. Bush, o candidato à Presidência pelos republicanos em 2012, Mitt Romney, e o senador John McCain não compareceram à convenção, evidenciando o descontentamento de vários nomes importantes do partido com a escolha de Trump como candidato.
Alguns republicanos já disseram que não apoiarão Trump nas eleições presidenciais. Foram os casos de Jeb Bush, John Kasich e Ted Cruz, que também disputaram as primárias pela candidatura pelo partido.
NULL
NULL
Já outros republicanos declararam abertamente que irão votar na candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, como membros do governo dos ex-presidentes George W. Bush e Ronald Reagan. Meg Whitman, presidente da companhia de tecnologia HP (Hewlett-Packard) e famosa colaboradora do Partido Republicano, disse que, além de votar em Hillary, faria doações para a campanha da democrata.
O único republicano em atuação que declarou seu voto em Hillary foi o congressista Richard Hanna, após Trump fazer um comentário debochando dos pais do capitão do Exército Humayan Khan, morto no Iraque em 2004. Assim como seu filho, Khizr e Ghazala Khan são muçulmanos e eles criticaram o candidato republicano ao discursarem na convenção democrata, na Filadélfia, na última quinta-feira (28/07). McCain — que foi candidato à Presidência em 2008 — fez parte do grupo de republicanos que criticou os comentários de Trump em relação à família Khan.
Nesta terça-feira, o presidente dos EUA, o democrata Barack Obama — que declarou apoio a Hillary nestas eleições —, instou os líderes republicanos a retirarem seu apoio a Trump que, segundo o Obama, é “incapaz de servir como presidente” e está “dolorosamente despreparado para o trabalho”.
Na mesma data da eleição presidencial, em 8 de novembro, também serão eleitos governadores de 12 Estados, além de deputados da Casa dos Representantes e senadores.