As Forças Armadas da Tunísia ocuparam diversas cidades do país nesta quinta-feira (11/01), onde diversas manifestações contra a política de austeridade do governo deixaram, até agora, pelo menos um morto. Mais de 300 manifestantes foram presos na madrugada desta quarta-feira (10/11).
O governo enviou soldados para Thala, perto da fronteira com a Argélia, onde a sede da Segurança Nacional foi incendiada pelos manifestantes, obrigando a polícia a se retirar da cidade, segundo testemunhas. As Forças Armadas também estão presentes em Sousse, Kébili e Bizerte, para proteger os prédios públicos.
Na segunda-feira, um movimento contra as medidas de austeridade, que entraram em vigor no dia 1 de janeiro, desencadeou uma batalha contra o exército tunisiano. Diversas cidades foram saqueadas.
NULL
NULL
David Stanley/Flickr CC
Cidade de Sousse, destino turístico da Tunísia, é uma das ocupadas pelo exército
A população protesta contra a alta dos preços dos combustíveis, dos automóveis, da telefonia e do acesso à Internet decididas no orçamento de 2018. O partido islâmico Ennahda, que participa da coalizão governamental, pediu um aumento do salário mínimo e um aumento das ajudas públicas para as famílias mais necessitadas.
De acordo com o porta-voz do Ministério do Interior, Khelifa Chibani, mais de 600 pessoas foram presas desde segunda-feira. Diante da contestação, o primeiro-ministro tunisiano, Youssef Chahed, lançou um alerta contra os manifestantes, dizendo que “o Estado protegerá suas instituições e seu povo”.
Escola judaica
Na lha de Djerba, uma escola judaica foi alvo nesta terça-feira (09/01) de foguetes que provocaram estragos sem deixar vítimas, de acordo com o chefe da comunidade judaica local, Perez Trabelsi.
No local está situada a mais antiga sinagoga da África, El Ghriba, alvo em 2002 de um atentado reivindicado pela Al Qaeda, que deixou 21 mortos.
(*) Publicado na RFI