Após o massacre de mais de 90 pessoas ocorrido no último sábado (10/10) em Ancara, na Turquia, cidadãos de diversas cidades se mobilizaram para protestar contra a resposta dada pelo governo ao atentado. A manifestação popular, no entanto, tem sido reprimida por governos locais e pela polícia. Nesta terça-feira (13/10), as forças policiais agrediram manifestantes para tentar impedir que eles protestassem na capital Istambul. Também foram registradas agressões no interior do país.
Agência Efe
Pessoas prestam última homenagem a Sarigul Tuylu, morto no atentado de sábado
O governador da província de Istambul havia proibido a realização da manifestação, pois em seu trajeto estavam locais “usados com frequência pelos cidadãos” e devido à “sensibilidade do atual período”. Assim, a polícia tentou impedir os quase 1.500 manifestantes de passar pelos locais proibidos pelo governo, que considerou o protesto como “ilegal”.
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Outras cidades da Turquia também realizaram movimentos contra a resposta do governo ao atentado. Assim como Istambul, elas foram alvo de repressão polícial: em Antália, no sul, a polícia chegou a usar gás lacrimogêneo contra um grupo de 180 pessoas.
As manifestações tiveram início no domingo (11/10). Eles culparam o presidente Recep Tayyp Erdogan pelo ocorrido, argumentando que ele teria vínculos com o grupo Estado Islâmico. Os jihadistas são suspeitos de serem autores do atentado duplo, que ocorreu durante um ato pela paz pró-curda, em Ancara, e deixou pelo menos 97 mortos.
Os manifestantes também acusam Erdogan de estimular a violência para ganhar mais votos nas eleições que serão realizadas em 1º de novembro.
O presidente ainda não comentou o ataque publicamente. No sábado, ele apenas pediu “unidade e solidariedade” para a população, condenando o atentado e afirmando que o incidente seria investigado.
Agência Efe
Manifestantes protestaram contra governo enquanto seguravam cartazes com fotos das vítimas