O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, convocou nesta sexta-feira (04/07) os separatistas pró-Rússia para participar amanhã de uma rodada de consultas com a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) e a Rússia que pode levar a um novo cessar-fogo no leste do país.
Poroshenko, em uma conversa telefônica com a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, disse estar à espera de que outros membros do “grupo de contato” formado por Ucrânia, Rússia, OSCE e os rebeldes determinem hora e lugar da reunião.
Pouco antes, um dos líderes dos sublevados, Andrei Purgin, comentou que a reunião poderia ser realizada em Minsk, a capital bielorrussa, pois os representantes de Kiev têm ressalvas para se deslocar à zona do conflito por motivos de segurança. Além disso, os líderes pró-Rússia não podem entrar na UE devido às sanções contra eles.
Poroshenko, pressionado pela comunidade internacional para buscar uma saída pacífica ao enfrentamento armado entre o governo e os sublevados das regiões orientais de Lugansk e Donetsk, concordou ontem pela primeira vez em negociar com eles e inclusive a declarar uma trégua duradoura.
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Em uma aparente mudança de rumo, o presidente ucraniano já não exige dos separatistas a rendição total como condição para pôr fim à operação militar contra eles, como estipulou no plano de paz que apresentou em junho.
O líder colocou agora só três condições para o cessar-fogo: o total cumprimento pelos sublevados, a libertação dos prisioneiros e o estabelecimento do controle sobre a fronteira russo-ucraniana, com a cooperação da Rússia e sob a vigilância da OSCE.
No entanto, em discurso diferente, o secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Andrei Parubi, não descartou hoje a declaração da lei marcial nas duas regiões onde ocorrem as ações militares.
Parubi afirmou que o conselho já tem um pronto o documento para decretar a lei marcial, que “prevê não só o decreto do presidente, mas também o plano de coordenação e comando de todas nossas unidades” segundo o estado de exceção.
O secretário-geral apoiou a decisão de Poroshenko de retomar no dia 1º de julho a “operação antiterrorista” contra os separatistas, após dar por concluído o cessar-fogo decretado em 20 de junho.